Temer fica em silêncio durante depoimento na Superintendência da PF no Rio
Ex-presidente preso na Operação Descontaminação por suspeita de liderar organização criminosa por mais de 40 anos permaneceu calado nesta sexta quando questionado pela Polícia Federal
- Data: 23/03/2019 12:03
- Alterado: 23/03/2019 12:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Divulgação
O ex-presidente Michel Temer (MDB) se reservou ao direito de ficar em silêncio em depoimento à Polícia Federal nesta sexta, 22. O emedebista está preso desde o dia anterior, na sede da PF do Rio, no âmbito da Operação Descontaminação, braço da Lava Jato no Estado. O desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Antonio Ivan Athié, determinou a inclusão do pedido liminar de liberdade do ex-presidente na pauta da quarta-feira, 27.
Temer ainda pediu para que fosse consignado no termo de audiência na Polícia Federal, nesta sexta, 22, que considera a investigação que o prendeu um ‘rematado absurdo’.
O amigo de Temer, Coronel Lima, seguiu a mesma estratégia e ficou em silêncio.
Já o ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia) não escolheu o silêncio como estratégia de defesa. Ele respondeu às perguntas da PF e, segundo seu advogado, Antonio Sérgio de Moraes Pitombo, ‘evidenciou ponto a ponto como as conjecturas são absurdas’.
A investigação que levou Temer à prisão preventiva mira supostas propinas de R$ 1 milhão da Engevix. Também foram detidos preventivamente o ex-ministro Moreira Franco (MDB), e seu amigo João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima. Tiveram a prisão decretada ainda outros 8 sob suspeita de intermediar as vantagens indevidas ao ex-presidente.
Esta não é a primeira vez que o emedebista silencia diante das autoridades em investigações. Ele se recusou a responder várias indagações da Polícia Federal em duas investigações alegando ora, ‘hostilidade’ da autoridade policial, ora ‘descabimento’ das questões abordadas. O ex-presidente foi inquirido a prestar esclarecimentos no inquérito dos Portos, que resultou em denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e em investigação da Odebrecht em que a PF atribuiu a ele indícios de corrupção.
O Ministério Público Federal vai denunciar na semana que vem o ex-presidente Michel Temer por peculato, corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a procuradora Fabiana Schneider, o ex-presidente chefiava uma organização criminosa que roubou dos cofres públicos por cerca de 40 anos.