Taxa de desocupação no Brasil atinge menor nível histórico em novembro de 2024
Indicador apresentado pela PNAD Contínua representa 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego no país. Em um trimestre, 510 mil pessoas deixaram o desemprego
- Data: 27/12/2024 14:12
- Alterado: 27/12/2024 14:12
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Federal
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
No encerramento do trimestre móvel que culminou em novembro de 2024, o Brasil registrou uma taxa de desocupação de 6,1%, marcando a menor taxa desde o início da série histórica da PNAD Contínua em 2012. Este índice corresponde a aproximadamente 6,8 milhões de indivíduos em busca de trabalho, representando o menor número desde o final de 2014. Durante esse período, 510 mil pessoas deixaram a condição de desemprego, e em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, foram 1,4 milhão a menos na população desocupada. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 27 de dezembro.
Em relação ao trimestre anterior, que abrangeu junho a agosto de 2024, a taxa caiu 0,5 ponto percentual (p.p.), enquanto que frente ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 1,4 p.p. Esse desempenho coloca a taxa atual em 8,8 p.p. abaixo do pico histórico de 14,9%, alcançado em setembro de 2020. O total de desocupados também está significativamente abaixo do recorde anterior (15,3 milhões) registrado no primeiro trimestre de 2021, ambos os momentos ainda sob os impactos da pandemia de Covid-19.
A proporção de pessoas com idade igual ou superior a 14 anos que se encontravam empregadas atingiu um novo patamar histórico: 58,8%. O número total de ocupados no Brasil agora é de 103,9 milhões. Comparado ao ponto mais baixo da série histórica — 82,6 milhões em agosto de 2020 — houve um crescimento expressivo de 25,8%, ou seja, mais 21,3 milhões de trabalhadores integrados ao mercado.
A evolução positiva na ocupação foi acompanhada por novos recordes no setor privado: o número total de empregados alcançou 53,5 milhões, refletindo um aumento de 1,3% (661 mil novas contratações) no trimestre e um impressionante crescimento anual de 4,6% (2,4 milhões). Além disso, os registros formais no setor privado também atingiram seu auge com 39,1 milhões; um aumento trimestral de 1,3% (+496 mil) e anual de 3,7% (+1,4 milhão). O setor público também apresentou resultados positivos com um total de 12,8 milhões empregados — estabilidade no trimestre e crescimento anual significativo de 5,6% (685 mil).
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE: “O ano de 2024 está se destacando por registrar recordes na expansão do mercado laboral brasileiro, impulsionado principalmente pelo crescimento dos empregos formais e informais”.
No que tange à informalidade no mercado de trabalho, o número de trabalhadores sem carteira assinada permaneceu estável em 14,4 milhões. Por outro lado, o contingente de trabalhadores autônomos cresceu para 25,9 milhões — uma alta trimestral de 1,8% — resultando em uma taxa total de informalidade fixada em 38,7%, o que representa cerca de 40,3 milhões trabalhadores informais. Esta taxa mostra uma leve queda em relação ao trimestre anterior (38,8%) e também é inferior à registrada no mesmo período do ano passado (39,2%).
Quanto aos grupamentos setoriais que alavancaram a criação de postos de trabalho neste trimestre incluem Indústria (+2,4%, ou +309 mil), Construção (+3,6%, ou +269 mil), Administração Pública e Serviços Domésticos. Estas quatro áreas somaram juntas um acréscimo significativo de quase um milhão de novos empregos.
Adriana Beringuy complementa: “A diversidade das atividades econômicas que contribuem para essa expansão da ocupação possibilita uma demanda tanto por profissionais em cargos básicos quanto por aqueles em funções mais especializadas.”
No que diz respeito ao rendimento real habitual dos trabalhadores — fixado em R$ 3.285 — não sofreu alterações trimestrais significativas e teve um aumento anual correspondente a 3,4%. A massa total do rendimento habitual atingiu um novo recorde com R$332,7 bilhões; incremento trimestral foi equivalente a R$7 bilhões (+2.1%) e o crescimento anual foi R$22 bilhões (+7.2%).
Na comparação trimestral entre os setores econômicos estudados pela pesquisa da PNAD Contínua apenas o grupo relacionado ao “Transporte e Armazenagem” observou alta no rendimento médio (4.7%), enquanto outros grupos como “Comércio” e “Serviços Domésticos” também tiveram aumento significativo no rendimento anual.
Por fim, a taxa composta da subutilização da força laboral caiu para 15.2%, apresentando uma diminuição tanto no comparativo trimestral quanto anual. A população subutilizada caiu para cerca de 17.8 milhões; este é o menor número desde maio de 2015.
A PNAD Contínua é reconhecida como a principal pesquisa sobre o mercado laboral brasileiro e abrange cerca de 211 mil domicílios em mais de três mil municípios brasileiros. Com o apoio contínuo dos aproximadamente dois mil entrevistadores integrados às mais de quinhentas agências do IBGE em todo o país.