Super Bowl 2025: a presença de Trump e o impacto político no esporte
Trump participa do primeiro Super Bowl sob sua presidência, gerando polêmica e críticas sobre suas posturas em relação a atletas e direitos de gênero.
- Data: 08/02/2025 17:02
- Alterado: 08/02/2025 17:02
- Autor: Redação
- Fonte: NFL
A NFL, a principal liga de futebol americano dos Estados Unidos, se prepara para realizar o seu primeiro Super Bowl sob a presidência de Donald Trump neste domingo (9). O evento ocorrerá no icônico Superdome em Nova Orleans, Louisiana, onde os Kansas City Chiefs enfrentarão os Philadelphia Eagles a partir das 20h30 (horário de Brasília).
Em uma movimentação inédita, a Casa Branca anunciou que o presidente republicano estará presente na partida, tornando-se o primeiro mandatário em exercício a participar da grande final do esporte mais popular dos EUA. As transmissões do jogo poderão ser acompanhadas no Brasil através da Rede TV, ESPN e Disney+.
A presença de Trump no Super Bowl reflete sua estratégia política contínua, que se consolidou durante a campanha que resultou na vitória sobre a democrata Kamala Harris. O ex-presidente tem utilizado eventos esportivos como plataforma para promover suas ideologias, um exemplo disso é o recente decreto assinado por ele que visa excluir meninas e mulheres transgênero de competições femininas. Tal medida gerou controvérsia e críticas por potencialmente violar os direitos de um grupo minoritário de atletas.
Com os Jogos Olímpicos programados para 2028 em Los Angeles, há receios sobre um possível conflito entre o governo dos EUA e o Comitê Olímpico Internacional (COI), que permite que as federações esportivas estabeleçam suas próprias regras sobre elegibilidade de gênero.
David L. Andrews, doutor em sociologia do esporte e professor na Universidade de Maryland, comentou sobre a abordagem política de Trump em relação ao esporte, destacando sua tendência a criticar a cultura esportiva contemporânea. Segundo ele, essas críticas não são meramente apolíticas; ao contrário, elas servem para reforçar sua imagem e ressoar com sua base eleitoral.
De acordo com informações do The New York Times, as recentes posturas mais radicais do presidente acenderam um sinal de alerta nas ligas esportivas dos EUA. A NFL demonstra preocupação em relação à possibilidade de seus jogadores enfrentarem novos conflitos com Trump, semelhante ao ocorrido durante seu primeiro mandato. Naquela época, o presidente se referiu como “antipatrióticos” os atletas que protestaram contra a brutalidade policial ao se ajoelhar durante o hino nacional, levando a uma onda de manifestações em resposta.
Para evitar atritos com o atual governo, a NFL decidiu não exibir pela primeira vez desde 2021 a mensagem “End Racism” (acabe com o racismo) no campo do Super Bowl. Em seu lugar, será exibido “Choose Love” (escolha o amor), uma mudança interpretada como um sinal conciliatório em direção à administração de Trump.
Travis Kelce, estrela dos Chiefs, expressou que a presença do presidente no evento é uma grande honra. Vale destacar que Kelce mantém um relacionamento com a cantora Taylor Swift, que foi alvo de críticas por parte de Trump durante a campanha eleitoral passada após ela manifestar apoio à candidatura democrata.
“Independentemente da posição política do presidente, estou empolgado por estar no maior jogo da minha vida”, afirmou Kelce. Durante as finais de conferência que definiram os classificados para o Super Bowl, Trump parabenizou os Chiefs pela vitória contra o Buffalo Bills enquanto ignorou o triunfo dos Eagles sobre o Washington Commanders.
Os Philadelphia Eagles têm uma história marcada por tensão política; em 2017, quando conquistaram seu único título no Super Bowl até então, a visita tradicional dos campeões à Casa Branca foi cancelada por Trump após alguns jogadores declararem que não compareceriam. Na ocasião, ele criticou os atletas que se opuseram ao seu governo durante o hino nacional.