SP: Diagnóstico precoce de câncer bucal mobiliza rede municipal de Saúde
Em novembro, campanha de prevenção da doença movimenta equipes de UBSs e equipamentos odontológicos
- Data: 05/11/2024 10:11
- Alterado: 05/11/2024 10:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de SP
Dentista
Crédito:Laísa Queiroz - MS
Os equipamentos de saúde do município de São Paulo irão intensificar as abordagens de conscientização sobre a importância de prevenir o câncer bucal durante a semana nacional de prevenção desta doença, que acontece de 4 a 8 de novembro. O objetivo é reduzir a incidência da doença que, atualmente, atinge principalmente a população masculina a partir dos 40 anos.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde, estimou em 1.020 os novos casos de câncer bucal na cidade de São Paulo em 2023, sendo 640 casos em homens e 380 em mulheres. Para o Estado de São Paulo a estimativa foi de 4.260 casos, e, para o Brasil, 15.100 casos.
O câncer bucal é um tumor maligno que acomete as estruturas da cavidade oral, tais como língua, região abaixo da língua, lábios, gengivas, bochechas e região do céu da boca, e que muitas vezes é diagnosticado em estágio avançado, a partir de sinais como feridas que surgem nas mucosas, entre outras complicações.
Entre os principais fatores de risco para o câncer bucal estão o tabagismo, o consumo de álcool, a exposição solar, o vírus HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano) e antecedentes familiares. A prevenção consiste principalmente em não fumar, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, manter bons hábitos alimentares, de higiene bucal e usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral.
Ações preventivas
Marta Cipriano, coordenadora da Assessoria Técnica de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explica que a rede municipal estimula a realização de ações preventivas e de campanhas educativas com foco na detecção precoce de lesões orais malignas ou pré-malignas, com orientações educativas sobre a importância do autoexame bucal, das consultas regulares ao cirurgião-dentista e dos malefícios do fumo e do álcool. “Realizamos o rastreamento, principalmente durante as triagens odontológicas, em eventos comemorativos e também durante as campanhas de vacinação.”
A melhor forma de manter a boca saudável é cuidar da higiene bucal, que consiste no cuidado com os dentes, as gengivas e a língua, essencialmente com o objetivo de eliminar os resíduos alimentares que são um gatilho para a proliferação de diversos tipos de bactérias.
Também são destacadas a importância da higienização das próteses, a realização do autoexame bucal, autocuidado, incluindo o uso de protetor labial, dieta equilibrada, além das consequências negativas do fumo, consumo de álcool, prótese mal adaptada, entre outras, a fim de evitar o câncer bucal.
O paciente deve estar atento e procurar o cirurgião-dentista caso perceba o aparecimento de lesões (feridas) em lábios ou na cavidade oral que não cicatrizam por mais de 15 dias, em crescimento ou com sangramento.
Equipes de Saúde Bucal atendem em 428 UBSs
O diagnóstico precoce do câncer bucal é importante, pois a doença apresenta melhor prognóstico quando detectada em estágios iniciais. Na capital, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são porta de entrada para o atendimento voltado à saúde bucal. Das 475 UBSs da capital, 428 contam com equipes de saúde bucal (eSB), que realizam rotineiramente o trabalho de prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal.
A abordagem é realizada também pelos agentes comunitários de saúde (ACSs), pelos dentistas das Unidades Odontológicas Móveis (UOM), equipes de enfermagem e médica. Além disso, como estratégia da Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, são desenvolvidas ações em locais como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas, em Residências Terapêuticas e também em eventos onde ocorrem maior aglomeração masculina, como por exemplo, jogos de futebol.
Em caso de suspeita de malignidade, o paciente é encaminhado para um dos 31 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e tem exame marcado com o estomatologista, sem necessidade de aguardar a reavaliação. São realizadas as biópsias e, se confirmado o diagnóstico de câncer, o paciente é encaminhado imediatamente para tratamento especializado na atenção terciária.
De acordo com os dados dos CEOs, em 2024, até agosto, foram atendidos pela rede municipal de saúde 180 casos de câncer bucal; em 2023 foram 290 casos; em 2022 foram 258 casos; em 2021 foram 231 casos; em 2020 foram 209, e em 2019 foram 166 casos.
“O aumento de casos reflete o fortalecimento da busca ativa realizadas pelas equipes de Saúde Bucal e do fluxo de notificação desde 2020, com o consequente aumento nos atendimentos”, afirma Marta Cipriano.
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