SP começa a distribuir 407,5 mil kits de intubação doados por empresas
Ao todo, mais de 2,3 milhões de medicamentos de intubação orotraqueal foram importados pelo grupo de empresas, composto por Petrobras, Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin e Raízen
- Data: 17/04/2021 18:04
- Alterado: 17/04/2021 18:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Ingrid Vasconcelos / Agência Minas
Com estoques em situação preocupante, cidades de São Paulo começaram a receber neste sábado, 17, cotas de kits de intubação doados por empresas privadas. O lote destinado ao Estado é de cerca de 407,5 mil kits, com medicações necessárias no tratamento de pacientes graves de covid-19.
Ao todo, mais de 2,3 milhões de medicamentos de intubação orotraqueal foram importados pelo grupo de empresas, composto por Petrobras, Vale, Engie, Itaú Unibanco, Klabin e Raízen. Os kits foram doados ao Ministério da Saúde, responsável por repassar cotas para as 27 unidades federativas do País.
Os medicamentos saíram da China e desembarcaram no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, na sexta-feira, 16. Esses remédios garantem que o paciente seja intubado sem sentir dor e sem tentar arrancar o tubo em reação involuntária.
Ao G1, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que esse lote só seria suficiente para abastecer a rede hospitalar por 48 horas, mas haveria estoque para “alguns outros dias”. “Eles estão sendo distribuídos aos municípios para acolhermos onde tem uma demanda maior”, declarou ao veículo.
Segundo o governo Jair Bolsonaro, a política de divisão teria considerado uma série de critérios. Entre eles, o consumo médio mensal e o atual estoque informados por Estados e Distrito Federal.
Pelo menos onze Estados admitem que estão com os estoques dos chamados kits de intubação em níveis críticos ou abaixo dos patamares recomendáveis, incluindo São Paulo, Rio e Minas, conforme mostrou o Estadão. Na maioria dos casos, a previsão é de que os itens armazenados durem mais quatro a cinco dias, de acordo com o consumo.
Nesta semana, o Estadão informou, ainda, que o Ministério da Saúde está com dificuldades para refazer a reserva técnica dos remédios. Nota técnica da pasta do dia 12 informa que o governo tentou comprar doses para seis meses, mas só conseguiu 17% do planejado. Hospitais em cidades paulistas – como São Sebastião, São Carlos e Pirassununga – chegaram a restringir o atendimento de pacientes por falta de remédio.
Em publicação no Twitter na sexta-feira, o governador João Doria (PSDB) comemorou a doação feita pelo grupo de empresas e cobrou o governo federal por mais medicamentos.
“Aguardamos o Ministério da Saúde enviar os demais kits intubação que ainda não distribuiu aos Estados”, escreveu. “O governo federal requisitou 100% dessa medicação produzida no Brasil. Logo, é responsável pela distribuição aos entes federativos.”
O governo de São Paulo também já declarou ter enviado nove ofícios ao Ministério da Saúde, o último deles na terça-feira, pedindo urgência para reforçar os estoques de medicamentos.
Na quarta-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tentou tirar a responsabilidade do governo federal pela falta dos medicamentos em hospitais públicos. Em entrevista coletiva, ele destacou a doação recebida e pediu que os governos estaduais também se mobilizem para evitar o desabastecimento.
“Os medicamentos doados pela Vale foram encaminhados de maneira tempestiva para atender ao governo de São Paulo e demais governos. Atribuição que os próprios governadores, especialmente os dos grandes Estados poderiam buscar esses medicamentos seja no mercado internacional, seja no nacional. Eles têm elementos para fazer isso e também se associar ao Ministério da Saúde nessa tarefa de apoiar a sociedade brasileira. Não adianta ficar só enviando ofício”, disse Queiroga.