Sons da Rua reúne grandes nomes da cena em festa do Hip-Hop nacional
O festival vem desde 2016 dando espaço a novos talentos e trazendo shows dos principais artistas do rap brasileiro
- Data: 07/11/2019 09:11
- Alterado: 07/11/2019 09:11
- Fonte: ABCdoABC
Sons da Rua - Criolo
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
A edição de 2019 do festival Sons da Rua aconteceu neste sábado (02) na Arena Corinthians, na Zona Leste de São Paulo. Comandado pelo mestre de cerimônias Thaíde, o evento contou com shows de Criolo, Karol Conká, Rincon Sapiência, Djonga e Cynthia Luz, além de trazer outros elementos da cultura hip-hop. Entre eles, sets de DJs entre os shows, Batalhas de Rima, grafite realizado ao vivo no palco e apresentações de Beatbox, além do concurso de novos talentos que trouxe ao palco Souto MC, Enme Paixão e Torya.
Entre as atrações principais, Cynthia Luz foi a primeira a subir no palco. Muito carismática, além de ter ido até a grade cumprimentar seus fã-clubes, a cantora chamou a participação do público em diversas músicas. Em “Olhares”, colaboração dela com Sant, a rapper incentivou: “Só fica bonito quando vocês cantam junto!”. A rapper ainda se mostrou uma artista versátil dando uma amostra de “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana, na bateria. Sua música “Vai Partir”, com participação de Djonga já deu uma prévia do que seria a próxima atração.
Gustavo foi anunciado por Thaíde como “O menino que queria ser Deus”, em referência ao seu segundo álbum, dizendo que para muita gente ali ele já deveria ser. O público mostrou que o embaixador do festival estava certo, indo a loucura já nos primeiros versos de “Hat-Trick”. E se no ano anterior a apresentação de Djonga apresentação havia sido prejudicada pela chuva e vento no local, desta vez o rapper mineiro não teve impeditivos para fazer um dos melhores shows do dia. O ponto alto foi em “Olho de Tigre”, onde o MC tradicionalmente se junta ao público para pular ao som do verso “Fogo nos racistas”: Djonga fez questão de ir até a grade da pista normal, fazendo a festa não só com quem estava logo à frente do palco, mas também com quem optou ou não pode comprar o ingresso mais caro do evento.
As atrações seguintes proporcionaram os momentos mais dançantes do dia. Rincon Sapiência, já é um nome recorrente do festival: além de ter também participado da edição anterior, o rapper paulistano marcou presença nas seletivas do concurso de talentos, meses atrás no Largo da Batata. Rincon levou o público ao mundo Manicongo entre músicas como “Meu Bloco”, “A Coisa Tá Preta” e “Ponta de Lança”. O músico prepara um novo álbum para em breve, enquanto isso os fãs ficaram com o single “Meu Ritmo” antecipando o lançamento.
Já anoitecendo, Karol Conká subiu ao palco mantendo os ânimos lá em cima. A rapper curitibana vem embalada pelo lançamento do álbum “Ambulante” no final do ano passado e foi a principal novidade desta edição do festival. Entre “Kaça”, “Saudade” e os hits “Tombei” e “Boa Noite”, a cantora fez uma apresentação empolgante, lamentando apenas não ter podido chamar fãs para dançar no palco como é de costume em seus shows.
O encerramento do festival ficou por conta de Criolo. O experiente MC da Zona Sul de São Paulo já havia sido o grande nome das primeiras edições do Sons da Rua, em 2016 e 2017. Após ficar um ano ausente, o fundador da Rinha dos MCs mostrou o quanto é importante para a cena em mais um show da turnê “Boca de Lobo”. Além do repertório do elogiado “Nó na Orelha” e de seu sucessor “Convoque seu Buda”, o público pode conferir seus singles mais recentes, entre eles o que dá nome à turnê e a bela “Etérea”. Desta última fica a principal mensagem de Criolo na noite: “Eu aprendi no hip-hop que não há espaço para preconceito”.
No concurso de novos talentos, a artista queer maranhense Enme Paixão levou o prêmio. Superando as fortes letras de Souto MC e o trap coreografado de Torya e suas quatro dançarinas. Em um efervescente momento para o rap nacional, o embaixador Thaíde prometeu uma edição ainda maior para o ano que vem.