‘Sofri pressão do governo pela manutenção de contratos espúrios’, diz ex-diretora da Apex
Ligada a Ernesto Araújo, ela foi demitida por militar que assumiu a Agência de Promoção à Exportação, um dos principais focos do embate entre olavistas e militares do governo
- Data: 07/05/2019 11:05
- Alterado: 07/05/2019 11:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução Twitter
A ex-diretora da Agência de Promoção à Exportação (Apex), Letícia Catelani, destituída do cargo na segunda, 6, pelo novo presidente da agência, o militar Sérgio Segóvia, disse em suas redes sociais que sofreu pressão do governo de Jair Bolsonaro pela manutenção de “contratos espúrios” e que agora “paga o preço” por ter combatido a corrupção.
“Combati incansavelmente a corrupção e fechei as torneiras que a alimentavam”, escreveu Letícia em seu Twitter. “Estou pagando o preço. Sofri pressão de dentro do governo pela manutenção de contratos espúrios, além de ameaças e difamações. Não me intimidei! Gratidão pelo apoio e o movimento.”
Ela e outro diretor, Márcio Coimbra, também demitido, são nomes que tinham sido indicados pelo chanceler Ernesto Araújo. Desde janeiro, a Apex se tornou um dos principais focos de embate entre “olavistas” – seguidores do escritor Olavo de Carvalho, como o chanceler – e militares, com embates, principalmente, entre Letícia e os dois últimos presidentes. O próprio Olavo está em atrito público com militares ligados ao governo.
No comando da Apex, Segóvia é contra-almirante na Marinha e atuou em diversas áreas do órgão. “Na área de comércio exterior, (Segóvia) foi responsável pelos processos de logística e de aquisição internacional, quando encarregado do grupo de recebimento de navio no estrangeiro. É fluente nos idiomas inglês e espanhol”, afirmou a agência na nota.