Sistema eleitoral americano está protegido por ser “desajeitado”, sugere FBI
"A beleza dos sistemas eleitorais americanos é que eles estão dispersos entre os 50 Estados, e são bem desajeitados", disse chefe do FBI
- Data: 09/09/2016 10:09
- Alterado: 09/09/2016 10:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:iStock
O chefe do Escritório Nacional de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, James Comey, tentou acalmar os temores de que os russos ou outros governos possam sabotar as eleições nacionais eletronicamente, dizendo que o sistema eleitoral dos 50 Estados é tão disperso e “desajeitado” que seria difícil para os hackers alterarem o resultado.
Aparecendo em um painel ao lado de outras autoridades de inteligência, Comey foi questionado sobre as preocupações de que hackers possam estar agindo com o governo russo para tentar manipular as eleições presidenciais, que estão previstas para novembro.
Tais preocupações têm aumentado nas últimas semanas, após o FBI emitir um alerta para autoridades estaduais sobre a possibilidade de invasão aos computadores dos sistemas eleitorais por hackers. No Estado do Arizona, um hacker obteve uma das duas credenciais necessárias para acessar o sistema de registro de eleitores do Estado.
O FBI também está investigando o roubo de vários dados de computadores das organizações do Partido Democrata. Entre os suspeitos dos ciberataques estão operadores da inteligência russa, de acordo com autoridades próximas ao caso.
Comey não falou sobre essas investigações, mas tentou garantir que há uma grande diferença entre acessar os registros dos eleitores e invadir os sistemas de contagem de votos de fato.
“A beleza dos sistemas eleitorais americanos é que eles estão dispersos entre os 50 Estados, e são bem desajeitados”, disse Comey. “Várias pessoas descobriram esse desafio com o passar dos anos, mas a beleza disso é que não há uma forma rápida na rede das coisas, e então é difícil para um hacker invadir nosso processo eleitoral”.
“Mesmo as eleições federais são conduzidas por agências eleitorais estaduais, o que significa que não há um sistema de computadores centralizado”, disse. “Boa parte da contagem de votos ainda é feita por pessoas, não máquinas”, observou Comey.