Defesa Civil já emitiu mais de 3 mil alertas para mitigar impactos de desastres
Em 2025, foram disparados 3.132 avisos até o momento por conta das chuvas.
- Data: 03/02/2025 19:02
- Alterado: 03/02/2025 19:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
Crédito:divulgação
Para manter a população informada e mitigar os impactos dos desastres, a Defesa Civil Nacional já emitiu este ano 3.132 alertas. Além disso, desde o dia 4 de dezembro de 2024, quando o Defesa Civil Alerta, ferramenta de alertas severos e extremos, ficou disponível para ser operacionalizado no Sul e Sudeste do País, também foram emitidos 115 alertas com a nova tecnologia para as duas regiões.
Durante o ano de 2024, foram 19.097 alertas para todo o Brasil, considerando riscos hidrológicos (referente a desastres relacionados ao excesso de chuva) e geológicos (deslizamentos de terra e quedas de encostas, por exemplo). Desse total, 15.355 foram apenas para ameaças hidrológicas, como inundações, alagamentos e enxurradas.
O coordenador-geral de Monitoramento e Alerta do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Tiago Molina Schnorr, explica que os alertas passaram por uma grande evolução ao longo dos anos, o que vem tornando a população cada vez mais resiliente. “O primeiro mecanismo de alerta em execução no Brasil foi feito em 2016 a partir de uma parceria com o Google. Em 2017, começamos um projeto de envio de alertas via SMS e, em 2019, expandimos para os aparelhos de TV por assinatura. Já em 2021, tivemos o primeiro chatbot para o envio de alertas por meio da plataforma Telegram e, em 2022, a mesma experiência foi replicada no WhatsApp. Vale destacar que a parceria com o WhatsApp é um projeto-piloto no mundo. Por fim, em 2024, chegamos ao ápice da tecnologia mundial no que se refere a alertas de desastres. Estamos falando da tecnologia cell broadcasting, chamada de Defesa Civil Alerta no Brasil”, detalha o coordenador.
Os alertas são enviados por meio da plataforma Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP). Entre os 19.097 envios no ano passado, 5.932 foram para São Paulo, 3.597 para Minas Gerais, 2.927 para Santa Catarina, 2.197 para o Rio de Janeiro e 689 para o Paraná. O restante foi disparado em menor quantidade para outros estados.
As estratégias de alertas de desastres no Brasil fazem parte de um trabalho conjunto entre Defesa Civil Nacional e defesas civis estaduais e municipais. “Essa estratégia começa com a plataforma Idap, que permite aos estados e municípios a geração dos alertas para serem disponibilizados para a população. O cadastro desses usuários (estados e municípios) na plataforma depende de cursos e capacitações para que a qualidade dos alertas seja mantida”, acrescenta Tiago Molina Schnorr.
Riscos hidrológicos em 2024
Dos 19.097 alertas enviados no ano passado, 15.355 consideraram somente os riscos hidrológicos, sendo que os meses de janeiro, fevereiro e março registraram o maior número de disparos, representando 51,2% do total. Somando novembro e dezembro, que também apresentaram número elevado de ocorrências, o percentual chega a 76,5%.
No ranking dos estados que concentraram o maior número de alertas com riscos hidrológicos no ano passado, destaque para São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.
Defesa Civil Alerta
A nova ferramenta de envio de alertas severos e extremos da Defesa Civil Nacional, o Defesa Civil Alerta, foi utilizada 91 vezes por estados do Sul e Sudeste desde o início de dezembro de 2024 até o momento. O sistema utiliza a rede de telefonia celular para emitir alertas gratuitos, com mensagem de texto e aviso sonoro, inibindo qualquer conteúdo em uso na tela do aparelho, inclusive no modo silencioso.
Os alertas são disparados para a população em área de risco e com cobertura de rede 4G ou 5G, sem necessidade de cadastro prévio do usuário. Neste ano, o Governo Federal também se prepara para colocar a ferramenta em operação nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Tipos de alerta: extremo e severo
A tecnologia cell broadcast é diferente dos alertas enviados via SMS ou aplicativos de mensagem. Ela interrompe outras funções do aparelho celular, como reprodução de vídeos, e emite um alarme sonoro e vibratório, com um texto sobre o aviso necessário. Esse sistema garante que qualquer celular em uma região de risco, conectado a antenas de telefonia 4G ou 5G, receba a notificação. Não é necessário cadastro prévio do usuário, mas há dois tipos de alertas que podem ser emitidos pela Defesa Civil: o alerta severo e o alerta extremo.
O alerta severo indica a necessidade de ações preventivas, como casos de chuvas fortes com riscos de deslizamentos ou alagamentos, por exemplo, e o celular emite um som de “beep”, sem interromper o modo silencioso. A tela ficará bloqueada até que o usuário decida fechá-la. Para receber o alerta severo, é preciso acessar as configurações do celular. No caso do sistema operacional Android, basta acessar Configurações > Segurança e Emergência > Alerta de Emergência Sem Fio. No caso do sistema iOS, basta acessar Notificações e habilitar as opções de alerta.
O alerta extremo é o nível mais alto e serve para situações de risco grave para a vida e a propriedade. Nesse caso, o celular emitirá um sinal sonoro que se mantém ativo mesmo quando o aparelho estiver no modo silencioso. A tela do celular será congelada e só poderá ser liberada pelo usuário ao fechar a notificação. Nesse caso, os celulares já vêm com a configuração ativada, sendo impossível desativá-la.