Sesc Santo André realiza projeto Abril Indígena
Exibições de filmes, rodas de conversa, oficinas e apresentações integram a programação, que leva ao público as diferentes manifestações culturais dos povos indígenas do Brasil
- Data: 03/04/2019 13:04
- Alterado: 03/04/2019 13:04
- Autor: Redação
- Fonte: Sesc Santo André
Arissana Pataxó
Crédito:divulgação
Vivem atualmente no Brasil mais de 305 etnias indígenas, que estabelecem relações variáveis com os seus respectivos territórios a partir de uma série de fatores históricos e culturais. Apesar de tal diversidade, entre todos esses povos o território mostra-se o fator principal e indispensável para a existência e atualização de seus modos de existência e resistência.
Tendo em vista o cenário atual e a urgência em debater a questão territorial da forma mais ampla possível, o Sesc Santo André realiza o Abril Indígena, projeto em rede do Sesc São Paulo que, por meio de rodas de conversa, oficinas, apresentações e diversas manifestações culturais, aborda a luta política em que os diversos povos estão engajados, assim como evidencia o protagonismo dos indígenas enquanto cidadãos brasileiros ativos, potentes defensores dos direitos que visam uma sociedade mais equitativa e democrática.
Confira a programação completa.
Abril Indígena – Sesc Santo André
De 6 a 28 de abril.
Cineclubinho Abril Indígena
Seleção de filmes infanto-juvenis com a temática indígena, exibidos aos sábados.
Grátis. Livre para todos os públicos.
No Espaço de Tecnologias e Artes.
Retirada de ingressos com 1h antes no local.
Dia 6/4
Osiba Kangamuke – Vamos Lá, Criançada!
(Haya Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro E Veronica Monachini De Carvalho, Bra, 2016, 20min).
As crianças da aldeia Aiha Kalapalo, do Parque Indígena do Xingu, são as protagonistas desse filme, escolhendo mostrar alguns aspectos da sua rotina e da sua cultura por meio dos vídeos.
Dia 13/4
Das Crianças Ikpeng para o mundo
(Karané Ikpeng e Kumaré Ikpeng – Vídeo Nas Aldeias, Bra, 2001, 35 Min).
Quatro crianças da etnia Ikpeng apresentam sua aldeia por meio de uma vídeo-carta. Com humor e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas, seu modo de vida. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que outras crianças respondam sua vídeo-carta.
Dia 20/4
Seleção de curtas – Cineastas indígenas para jovens e crianças
( Cinema Nas Aldeias, Bra)
Seleção de curtas e animações realizados pelo projeto “Cineastas Indígenas para Jovens e Crianças”, retratando a vida dos povos Kisêdje, Ashaninka, Panará, Ikpeng e Mbya Guarani. Serão exibidos os filmes “Muiraquitã”, de Jeane Ramos “No tempo do verão”, de Wewito Piyãko e “Akukusiã, o dono da caça”, de Dominique Gallois e Vincent Carelli.
Dia 27/4
Rio 2096: Uma História de Amor e Fúria
(Luiz Bolognesi, Bra, 2013, 1h14min)
Um homem com mais de cinco séculos de existência acompanha a história do Brasil, de 1566 a 2096. Neste percurso, procura Janaína, a única mulher que amou, que vai reencontrando através dos tempos. Por amor, enfrenta as lutas entre as tribos de índios tupinambás e tupiniquins, assiste aos horrores da escravatura imposta pela chegada dos portugueses, vê-se envolvido na Balaiada (revolta popular ocorrida no Maranhão 1838 e 1841) e, durante a década de 1960, mistura-se no movimento de resistência contra a Ditadura Militar. Até que, em 2096, sempre com Janaína ao seu lado, se vê obrigado a enfrentar um dos piores conflitos mundiais de sempre: a guerra pela água.
Apresentação de dança Xondaro com indígenas Guarani
Dia 21/4, domingo, das 10h30 às 12h.
Dia 24/4, quarta-feira, das 14h às 15h30.
Na Área de Convivência.
Recomendação etária: 7 anos.
A atividade foca a prática do Xondaro, uma dança/luta que possui paralelos com a Capoeira. Os participantes se articulam em roda, girando ritmicamente e realizando os movimentos propostos pelo líder, que os instiga a abaixar, pular ou se esquivar do Mbaraka (chocalho) com o qual comanda a dança. O líder realiza movimentos para testar os participantes, variando o nível de dificuldade conforme a pessoa, dessa forma possui um aspecto inclusivo.
Antes da dança propriamente dita há uma conversa, na qual o líder irá explicar o contexto cultural dos Guarani Mbya e da dança do Xondaro. Haverá músicos tocando os instrumentos que criam o ritmo da dança: violão, rabeca, tambor e chocalho. A ideia é que mostrem a forma e motivação dos movimentos da dança e que o público possa praticar o Xondaro e aprender sobre a tradição Guarani.
Mural Indígena, com Arissana Pataxó
Dia 23 a 26/4, de terça a sexta-feira, das 14h às 18h.
Na Área Externa da unidade.
A artista Arissana Pataxó realizará a pintura de um mural em homenagem às lutas indígenas apresentando o processo artístico da sua cultura.
Arissana é artista plástica formada pela Escola de Belas Artes e mestre em estudos étnicos e africanos pela Universidade Federal da Bahia. É natural de Porto Seguro, pertence à etnia Pataxó e reside atualmente em Coroa Vermelha onde atua como professora de arte no Colégio Estadual Indígena.
Desenvolve uma poética sobre povos indígenas e a contemporaneidade utilizando de diversas técnicas artísticas que possibilitam o seu trabalho, desde a pintura à fotografia. Participou de exposições individuais e coletivas, sendo a mais recente “Resistência” que aconteceu na UFBA, em Salvador, durante o Fórum Social Mundial 2018. Indicada ao Prêmio de Investigação Profissional em Arte em 2016, mais conhecido como Prêmio PIPA, foi premiada com o 2º Lugar no Pipa Online 2016.
Grafismos indígenas e pintura corporal, com Arissana Pataxó
Dia 28/4, domingo, das 14h às 18h.
No Espaço Ateliê.
A oficina apresentará aos participantes técnicas sobre a produção e utilização de tintas naturais usadas para pinturas corporais, ensinando alguns grafismos usados por esses povos indígenas a fim de compreender a relação das pinturas corporais com a vida sociocultural indígena.