SECOM suspende publicidade no X
Como resposta aos ataques de Elon Musk à soberania nacional, a medida aconteceu após mobilização de desmonetização da plataforma.
- Data: 13/04/2024 11:04
- Alterado: 13/04/2024 11:04
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Elon Musk
Crédito:Reprodução
Fontes da Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM), para o ICL Notícias, confirmaram a suspensão da publicidade institucional do governo federal no X (antigo Twitter). A medida ocorreu em resposta aos ataques feitos pelo bilionário Elon Musk, proprietário da plataforma, contra o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente o ministro Alexandre de Moraes, e o presidente Lula (PT).
A decisão foi influenciada também pela campanha #DesmonetizaTwitter, idealizada pelo Sleeping Giants Brasil, que se tornou um dos assuntos mais comentados em todas as redes sociais nos últimos dias.
Um dos motivos para a organização pressionar a SECOM foi a Instrução Normativa nº 4 da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), publicada em fevereiro deste ano, que garante ao órgão a competência de suspender publicidade de todo o governo em plataformas de publicidade que desrespeitam a legislação brasileira.
Em um levantamento de consulta ao portal de transparência, foi identificado, nos últimos 12 meses, um gasto de 3 milhões em anúncios no Twitter (X), equivalente a aproximadamente 250mil reais por mês.
A competência da secretaria foi cobrada pela organização para que a rede social não lucre diretamente com anúncios da administração federal, e também empresas públicas e sociedades de economia mista como Caixa, Banco do Brasil e Petrobras.
Sobre o Sleeping Giants Brasil
Criado para desmonetizar conteúdo desinformativo na internet, o movimento Sleeping Giants Brasil soma centenas de campanhas com alertas a consumidores e anunciantes para o uso de publicidade em sites e perfis em redes sociais acusados de disseminar mensagens falsas e discurso de ódio.
No Brasil, a organização atua há quase quatro anos como aliada da publicidade. Desde sua fundação, seus alvos deixaram de receber R$139,2 milhões em anúncios e campanhas de crowdfunding interrompidos pela pressão de seus apoiadores, segundo contabilização dos fundadores Leonardo Leal, Mayara Stelle e Humberto Ribeiro.
Ao todo, 1.550 empresas foram cobradas a se manifestar sobre a presença de seus anúncios em sites desinformativos. Desse total, 1.153 responderam e se comprometeram a retirar publicidade dos portais, o que representa uma eficácia de 74%. Entre elas estão companhias como Bradesco, Adidas, Ford, Fiat, Uber e Amazon.