São Paulo intensifica combate ao tabagismo

Conheça o programa de apoio e os riscos dos cigarros eletrônicos para a saúde

  • Data: 05/02/2025 11:02
  • Alterado: 05/02/2025 11:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo
São Paulo intensifica combate ao tabagismo

Cigarro

Crédito:ONU

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A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo disponibiliza recursos essenciais para aqueles que buscam se libertar do vício do tabagismo, um hábito que acarreta graves consequências à saúde. Este apoio é oferecido por meio do Programa Nacional de Controle do Tabaco, implementado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade.

Apesar de muitos acreditarem que os cigarros eletrônicos são uma alternativa menos nociva em comparação aos tradicionais, especialistas da área da saúde alertam que o uso desses dispositivos também representa riscos significativos, podendo contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças.

Um exemplo real do impacto deste programa é a experiência da recepcionista Fernanda Kanija Tomé, 27 anos, que começou a fumar aos 18 e, nos últimos três anos, passou a utilizar cigarros eletrônicos. “Comecei a acordar à noite para fumar; os cigarros eletrônicos têm sabor e não deixam cheiro. No entanto, como sou mãe, decidi que precisava controlar esse vício e procurei ajuda na UBS Jardim Colombo”, relata Fernanda. Após meses de participação em grupos de apoio e tratamento com medicação e adesivos, ela notou uma significativa redução no consumo: um cigarro que antes durava apenas uma semana agora se estende por mais de um mês. “O grupo foi fundamental para entender as razões do vício e a importância de abandonar o tabagismo”, conclui.

O tratamento oferecido pela rede municipal tem uma duração total de três meses, acompanhado por um ano adicional de monitoramento. Os participantes têm acesso a avaliações clínicas, encontros em grupo e abordagens baseadas na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), onde são estimulados a refletir sobre suas motivações para fumar e as implicações desse hábito em sua saúde. Além disso, são fornecidas informações sobre os riscos associados ao tabagismo e os benefícios de parar.

As UBSs também oferecem orientações sobre como enfrentar a síndrome de abstinência e lidar com a dependência psicológica relacionada ao fumo. Técnicas de relaxamento e autocontrole são aplicadas para auxiliar os fumantes a compreenderem melhor seu comportamento e a superarem o vício. O suporte medicamentoso é oferecido quando necessário, principalmente para aqueles que apresentam alta dependência à nicotina, conforme identificado em testes realizados durante a entrevista inicial.

A coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo da SMS, psiquiatra Liamar Ferreira, enfatiza a importância de não subestimar os riscos dos cigarros eletrônicos. Embora sejam promovidos como menos prejudiciais, estudos indicam que eles podem apresentar riscos semelhantes ou até superiores aos dos cigarros convencionais, sem comprovação de eficácia na cessação do tabagismo.

Para abordar o problema do tabagismo entre adolescentes, o Programa Saúde na Escola (PSE), resultado da parceria entre as secretarias municipais de Saúde e Educação, realiza ações educativas visando prevenir o uso tanto dos cigarros convencionais quanto dos eletrônicos. O programa “Sou Adolescente e Agora?” promove atividades interativas que incentivam os jovens a refletirem sobre sua saúde e as escolhas que fazem.

Recentemente, o Brasil testemunhou um aumento alarmante no uso de cigarros eletrônicos. De acordo com dados do Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), cerca de 2,9 milhões de brasileiros utilizam vapes regularmente, um crescimento significativo em relação aos 2,2 milhões registrados no ano anterior. A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar revelou que 16,8% dos adolescentes entre 13 e 17 anos já experimentaram cigarros eletrônicos, com esse número aumentando para 22,7% entre aqueles com idades entre 16 e 17 anos.

Os cigarros eletrônicos são projetados para simular a experiência do fumo convencional, consistindo basicamente em uma bateria, um atomizador e um reservatório de líquido que é aquecido para gerar vapor. A pneumologista Josiele Aparecida de Souza alerta que usuários frequentemente relatam problemas respiratórios e sistêmicos relacionados ao uso desses dispositivos. Estudos demonstram uma correlação entre o uso contínuo dos vapes e um aumento nos riscos de doenças cardiovasculares e pulmonares.

A médica destaca ainda que os cigarros eletrônicos expõem os usuários a partículas ultrafinas e substâncias tóxicas que podem aumentar a dependência devido ao seu alto conteúdo de nicotina.

Aqueles que desejam parar de fumar são encorajados a procurar uma UBS para serem encaminhados ao Programa de Tratamento contra o Tabagismo. Informações sobre as localizações das unidades podem ser acessadas através da plataforma Busca Saúde: buscasaude.prefeitura.sp.gov.br.

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  • Data: 05/02/2025 11:02
  • Alterado:05/02/2025 11:02
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