Santa Casa do Pará Aumenta Transplantes de Fígado e Salva Vidas
12 procedimentos e histórias inspiradoras que renovam a esperança na saúde da região.
- Data: 03/01/2025 01:01
- Alterado: 03/01/2025 01:01
- Autor: redação
- Fonte: OLIBERAL
Crédito:Divulgação
Em um marco significativo para a saúde da Região Norte, a Santa Casa do Pará se destaca ao completar seu segundo ano como hospital especializado em transplantes de fígado. Desde o início de suas atividades sob a supervisão do Hospital Albert Einstein, a instituição alcançou a marca de doze transplantes hepáticos em 2024, um aumento expressivo em relação ao ano anterior, onde foram realizados quatro procedimentos.
O cirurgião Rafael Garcia, que atua como responsável técnico pela equipe de transplante hepático da Santa Casa, enfatiza que este progresso reafirma o compromisso do hospital em se tornar um centro referência na área. “Desde o início deste ano, todos os transplantes têm sido realizados por uma equipe totalmente integrada à Santa Casa. Isso demonstra a evolução da instituição e sua capacidade de oferecer tratamentos de alta complexidade. Atualmente, somos reconhecidos pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) como um hospital transplantador e ocupamos a segunda posição entre os serviços de transplante de fígado na Região Norte”, declarou Garcia.
Ainda segundo o cirurgião, 2024 trouxe um crescimento significativo no número de notificações de potenciais doadores. No entanto, ele ressalta que para aumentar o número de transplantes efetivamente realizados, é essencial promover a conscientização das famílias sobre a importância da doação de órgãos em casos de morte encefálica. “A nossa expectativa é que haja um incremento nas doações, permitindo não apenas manter, mas dobrar o número de transplantes realizados este ano. Temos capacidade instalada para realizar pelo menos um transplante semanalmente. Desejamos que ninguém precise aguardar por um órgão, e isso só será possível com um aumento nas doações. É crucial que as famílias discutam sobre essa possibilidade e que os potenciais doadores expressem esse desejo aos seus parentes”, enfatizou Garcia.
A história de Ana Gabriela Mesquita ilustra o impacto transformador dos transplantes. Sendo a primeira paciente a receber um fígado na Santa Casa, Ana celebra quase dois anos vivendo com o órgão transplantado. “Graças ao transplante, minha vida se transformou completamente. Hoje faço planos para o futuro e até viajei — algo que antes era impossível devido à minha condição de saúde. Sou imensamente grata, pois sem o transplante não estaria aqui passando mais um fim de ano com minha família”, compartilha emocionada.
Outro exemplo é Wilma Cordovil, que há três meses passou pelo mesmo procedimento após 17 anos lutando contra uma hepatite autoimune. Completando três meses desde seu transplante no dia 26 de dezembro, Wilma está ansiosa para retornar ao trabalho. “Sinto que estou começando uma nova vida”, afirmou ela.
As principais razões que levam à necessidade de um transplante de fígado incluem a cirrose hepática, que pode ser causada tanto por fatores evitáveis quanto não evitáveis. O cirurgião Rafael Garcia explica: “As hepatites virais e o consumo excessivo de álcool são as principais causas da cirrose no Brasil, seguidas pela esteatose hepática. Embora algumas causas sejam inevitáveis — como hepatite autoimune ou doenças genéticas — as principais podem ser prevenidas com vacinação contra hepatites A e B e tratamento adequado para alcoolismo, obesidade e diabetes”.
A cirrose hepática é uma condição crônica caracterizada por inflamações no fígado que resultam em danos celulares e formação de fibroses, comprometendo as funções vitais do órgão. Nos casos em que a doença atinge estágios avançados, o único tratamento viável é o transplante hepático.