Rússia ameaça destruir satélites ocidentais
Segundo Putin, Moscou está apenas defendendo seu "direito de existir"
- Data: 27/10/2022 15:10
- Alterado: 27/10/2022 15:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, escalou o tom contra o Ocidente em um raro discurso público nesta quinta-feira, 27. Sem citar diretamente a Ucrânia ou a guerra no discurso de abertura, Putin acusou os países ocidentais, em especial os Estados Unidos de quererem a dominação mundial e utilizar a Rússia como a ferramenta. Segundo ele, Moscou está apenas defendendo seu “direito de existir”. Ao mesmo tempo, um alto funcionário russo levantou a possibilidade de Moscou destruir satélites comerciais do Ocidente que estão sendo utilizados na guerra da Ucrânia.
“Fizeram pressão em nossas fronteiras, e para quê? O objetivo era pressionar a Rússia e transformar a Rússia em ferramenta para atingir seus objetivos de dominação”, declarou Putin durante seu discurso anual no Valdai Discussion Club, instituto de pesquisa afiliado ao Kremlin, que reúne acadêmicos, diplomatas e políticos desde 2004. “Ninguém quer ser uma ferramenta. Sanções são impostas a elas […] E no fim, se eles não tiverem sucesso, o objetivo principal é destruir. Mas isso não aconteceu com a Rússia e nunca vai acontecer”.
Várias vezes, o presidente acusou os países da Otan de quererem impor uma única cultura, poder e dominação sobre os demais países, em um aceno para outras nações como China, Irã e regiões como África e América Latina. Em suas palavras, a Rússia está oferecendo uma alternativa de sociedade que não a ocidental. “A Rússia não está desafiando, mas simplesmente defendendo seu direito de existir. A Rússia não quer ser uma nova potência, simplesmente quer um mundo multipolar.”
“O Ocidente deu vários passos em direção à escalada e eles estão sempre tentando escalar. Não há nada de novo aí. Eles estão alimentando a guerra, organizando políticos em torno de Taiwan, desestabilizando os mercados mundiais de alimentos e energia”, disse, colocando a Rússia como amiga de outras nações que apontou ser “as minorias” do mundo.
“Domínio do mundo é precisamente o que o Ocidente decidiu apostar neste jogo. Mas este jogo é perigoso, sujo e sangrento. Ele contesta a soberania dos povos e nações, sua identidade e singularidade e não tem qualquer consideração pelos interesses de outros países.”