Romênio Pereira lança candidatura à presidência do PT com foco na esquerda
Em suas declarações, Pereira ressaltou a discrepância entre a base eleitoral e a atual condução governamental.
- Data: 08/02/2025 15:02
- Alterado: 08/02/2025 15:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Romênio Pereira, coordenador da segunda maior corrente interna do Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou oficialmente sua candidatura à presidência da legenda. Atuando como secretário de Relações Internacionais do partido, Pereira defende uma reorientação que priorize a esquerda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em suas declarações, Pereira ressaltou a discrepância entre a base eleitoral e a atual condução governamental. “Ganhamos as eleições representando a esquerda, mas temos governado com uma postura mais centralizada e voltada à direita, o que tem gerado descontentamento entre nossos militantes e apoiadores”, afirmou. Ele representa o Movimento PT, que congrega cerca de 10% dos filiados ao partido, além de contar com cinco deputados federais e liderar cinco diretórios estaduais.
A maior corrente do PT, Construindo um Novo Brasil, detém aproximadamente 45% do controle partidário. Recentemente, Pereira teve a oportunidade de discutir suas propostas diretamente com Lula durante uma reunião no Palácio do Planalto. Durante esse encontro, o dirigente criticou a falta de inovações nas políticas do governo atual, afirmando que “as pautas em vigor remetem aos mandatos anteriores de Lula, sem apresentar novidades significativas”.
Com uma reforma ministerial prevista para ocorrer em breve, Pereira sugere que a composição do ministério seja alterada para incluir mais membros alinhados ao PT e a partidos de esquerda, substituindo aqueles associados ao chamado “centrão”. “É fundamental fortalecer a presença de ministros progressistas no governo”, enfatizou.
Outro ponto crucial na agenda de Pereira é a democratização da distribuição do fundo eleitoral. Ele propõe que essa divisão contemple melhor os núcleos setoriais do partido, que atuam em áreas como segurança alimentar, direitos indígenas, segurança pública e inclusão de pessoas com deficiência.
No último ano, o dirigente se destacou como um dos principais críticos da centralização das decisões sobre o repasse do fundo eleitoral na direção nacional e entre os deputados federais. Segundo ele, essa concentração resultou em escolhas equivocadas que acarretaram gastos elevados em candidaturas consideradas pouco competitivas; um exemplo citado foi a campanha de Rogério Corrêa para prefeito de Belo Horizonte, que obteve apenas 4,37% dos votos.
Pereira deverá enfrentar na corrida pela presidência do PT o ex-prefeito Edinho Silva, que pertence à maior corrente do partido e é visto como favorito. Além disso, há expectativa de pelo menos um candidato representando alas mais radicais dentro da sigla.