RIP Jô Soares: Aos 84 anos o eterno gênio do humor se despede
Jô estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde o fim do mês passado
- Data: 05/08/2022 06:08
- Alterado: 05/08/2022 06:08
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC
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Morreu na madrugada desta sexta-feira (5), aos 84 anos, o escritor, diretor e humorista Jô Soares. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês desde 25 de julho deste ano para tratamento de uma pneumonia, A causa da morte ainda não foi divulgada. Flavia Pedra Soares, ex-esposa do Jô, disse que ele estava “cercado de amor e cuidados” e informou que o funeral será restrito para família e amigos próximos. “Aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor“, postou Flavia em seu perfil do Instagram.
Detentor de um talento versátil, além de atuar, dirigir, escrever roteiros, livros e peças de teatro, Jô Soares também foi um apreciador de jazz e chegou a apresentar um programa de rádio na extinta Jornal do Brasil AM, no Rio de Janeiro, além de uma experiência na também extinta Antena 1 Rio de Janeiro.
CARREIRA
1956 — Estreia na televisão no elenco da Praça da Alegria, na época na RecordTV, onde ficou por 10 anos.
1965 — Protagoniza a única novela de sua carreira, a comédia Ceará contra 007, a trama de maior audiência naquele ano no Brasil. Também na Record.
1967 — Em “Família Trapo”, roteirizava ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega e atuava como Gordon, o mordomo atrapalhado e descompemsado. Último trabalho na Record.
1971 — “Faça Humor, Não Faça Guerra” foi primeiro humorístico da TV Globo a contar a com a participação do comediante. O programa em meio à Guerra Fria e ao conflito do Vietnã brincava com o slogan pacifista hippie “Make love, don’t make war” (Faça amor, não faça a guerra).
1973 — “Satiricom”, novo humorístico da TV Globo, com direção de Augusto César Vanucci, realizava roteiros com Max Nunes e Haroldo Barbosa. A atração satirizava o título do filme homônimo de Federico Fellini – “Satyricon”. Na promoção do programa, todavia, diziam que era a “sátira da comunicação” num mundo que tinha virado uma “aldeia global”, expressão que esteve na moda depois dos primeiros anos da TV via satélite.
1976 — “Planeta dos Homens”, nova sátira com o cinema – desta vez, a série cinematográfica “O Planeta dos Macacos”, atuava com roteiros de Haroldo Barbosa.
1981 — “Viva o Gordo”, com direção de Walter Lacet e Francisco Milani, foi o primeiro programa solo dele. Tinha roteiros de Armando Costa. Deu origem ao espetáculo do gênero “one man show” de Jô chamado “Viva o Gordo, Abaixo o Regime” (sátira explícita ao Golpe Militar de 1964 ainda vigente àquela época). As aberturas do programa brincavam com efeitos especiais usando técnica de inserção de imagens de Jô entre cenas famosas do cinema (como em “Cliente Morto Não Paga” e “Zelig”) ou “contracenando” com políticos nacionais e internacionais, como Orestes Quercia, Jânio Quadros, Ronald Reagan etc.
1982 — Participação no “Chico Anysio Show”.
1983
Participação no musical infantil “Plunct, Plact, Zuuum”.
Comentários no Jornal da Globo até 1987.
1988 — “Veja o Gordo”, estreia no SBT com o mesmo estilo do “Viva o Gordo” da Rede Globo. Estréia nesse ano, ainda no SBT, o talk show “Jô Soares Onze e Meia” (1988–1999).
2000 — Trazido de volta para a Rede Globo, onde apresentou o Programa do Jô até 2016, e fez participação no especial de Natal do programa “Sai de Baixo” — episódio “No Natal a Gente Vem Te Mudar” (sátira ao título da peça de Naum Alves de Souza, “No Natal a Gente Vem Te Buscar”) como Papai Noel.
2018 — Participa como comentarista do programa Debate Final, no Fox Sports, debatendo sobre a Copa do Mundo FIFA de 2018.
“O Brasil perdeu hoje um artista único, um comediante que amava seu ofício acima de tudo, um ator fora de série. Um entrevistador brilhante. Um cidadão que amava seu país e seus amigos. Jô Soares, obrigada por tanto!”, escreveu Zélia Duncan.
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