Restaurantes enfrentam prejuízos e precisam improvisar após apagão em SP

A deterioração de mercadorias e a paralisação das vendas agravam a crise, enquanto os comerciantes tomam medidas desesperadas para minimizar os danos

  • Data: 14/10/2024 10:10
  • Alterado: 14/10/2024 10:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Maurício Businari/UOL/Folhapress
Restaurantes enfrentam prejuízos e precisam improvisar após apagão em SP

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Restaurantes da cidade de São Paulo enfrentam prejuízos após o apagão que atingiu a cidade na sexta-feira (11), deixando empresários sem previsão da concessionária Enel para o retorno da energia.

O QUE ACONTECEU

Sem energia por mais de três dias, restaurantes tentaram se adaptar, mas perdas foram inevitáveis.

Empresários de diferentes regiões de São Paulo relataram a luta para salvar seus negócios em meio à falta de energia e de comunicação com a Enel. A falta de luz, somada ao calor e à incerteza sobre o retorno do serviço, levou a decisões difíceis e muito improviso.

No Le Bulô, no Itaim Bibi, o chef Ricardo Lapeyre teve que improvisar para continuar atendendo os clientes. Sem condições de operar dentro da cozinha devido à alta temperatura e falta de exaustão, ele levou equipamentos para a calçada e transformou os pratos sofisticados da casa em uma espécie de churrasco de rua para atender os poucos clientes que apareceram.

O prejuízo estimado no Le Bulô é de R$ 80 mil. Ricardo Lapeyre relata que a perda de alimentos e a queda nas vendas durante o apagão afetaram duramente o restaurante.

Luis Siciliano, sócio-proprietário do restaurante Picco, em Pinheiros, também improvisou para continuar funcionando. As perdas financeiras com o apagão, que afetou os dias mais lucrativos do restaurante —sexta, sábado e domingo—, comprometeram o faturamento do mês inteiro.

“A gente operou dois dias à luz de velas. Voltamos às comandas de papel, sem sistema, sem internet, e o atendimento ficou completamente prejudicado”, disse Luis Siciliano, sócio do restaurante Picco.

O empresário destaca que essa não é a primeira vez que enfrenta um apagão prolongado. Para Siciliano, desde que a Enel assumiu os serviços, as quedas de energia se tornaram mais frequentes e os restabelecimentos, demorados. “Isso não acontecia antes. Agora, qualquer temporal, a gente perde a luz por dias”, afirmou.

Sabrina Vallim, proprietária do Açaí Formosa no Jardim Clímax, em Sacomã, também precisou adotar medidas emergenciais, mas o estrago foi grande. “Enchi os freezeres de gelo para tentar manter os produtos, mas não adiantou. O açaí, os sorvetes, as frutas, tudo começou a derreter”, conta a comerciante.

Sem conseguir alugar geradores devido à alta demanda, ela viu praticamente todo o seu estoque de produtos congelados se perder. “Desde que a Enel assumiu, esses apagões se tornaram frequentes. Antes, não era assim. Agora, a gente perde tudo, e ninguém dá uma previsão de volta”, reclama. Sabrina também relata que, apesar de ligar repetidamente para a Enel, não recebeu nenhum suporte ou informação clara.

FALTA DE COMUNICAÇÃO

A falta de comunicação da Enel foi criticada por todos os comerciantes entrevistados. Tanto Lapeyre quanto Siciliano e Sabrina afirmam que, mesmo após dias sem luz, a concessionária não ofereceu suporte ou previsão de quando o serviço seria restabelecido.

“O atendimento da Enel foi péssimo. Fiquei três dias sem saber quando a luz voltaria,” critica Siciliano. “Eles falam que não têm previsão, e enquanto isso, a gente vai perdendo tudo”, completa Sabrina.

As perdas não se limitam aos alimentos, mas também ao faturamento. Siciliano, que viu o faturamento do fim de semana despencar, conta que o impacto foi devastador. “Ficar sem faturar nesses três dias compromete o mês inteiro. Hoje chega, e os boletos estão aí, mas a gente não tem como pagar”, lamenta. Para Ricardo Lapeyre, o cenário não é diferente, com os clientes sumindo e as despesas fixas continuando a se acumular.

Empresária fala em recorrer à Justiça por ressarcimento dos prejuízos. Sabrina Vallim já está reunindo notas fiscais das mercadorias perdidas e planeja acionar a Enel judicialmente. “Eles precisam ressarcir pelo menos o que perdemos em produtos. Já entrei em contato com advogados, porque o prejuízo com as vendas a gente não recupera”, afirma Sabrina.

Federação acionará Enel por prejuízos. A Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo), que representa mais de 502 mil estabelecimentos, afirmou que cerca de 50% desses negócios foram afetados pelo apagão. A Fhoresp notificará a Enel e auxiliará os associados mediando ações individuais para ressarcir os prejuízos.

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  • Data: 14/10/2024 10:10
  • Alterado:14/10/2024 10:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Maurício Businari/UOL/Folhapress









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