Reprovação do governo Lula sobe para 37% e supera a aprovação pela 1ª vez
A escalada nos preços e as ações de comunicação impactam a popularidade do presidente.
- Data: 27/01/2025 21:01
- Alterado: 27/01/2025 21:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Recentemente, membros do governo federal atribuíram a diminuição da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à escalada nos preços ao consumidor, com destaque para os alimentos. O aumento nos custos dos combustíveis e nas tarifas de energia elétrica também contribuiu para a crescente desaprovação da administração atual.
A partir de junho, dados de pesquisas internas indicaram uma crescente insatisfação entre os brasileiros em relação ao custo de vida, conforme relatado por fontes no Palácio do Planalto. Naquele período, a maioria dos entrevistados de diferentes categorias salariais manifestou a percepção de que os preços estavam elevados e em ascensão.
De acordo com informações obtidas por integrantes do governo, no final do ano anterior, cerca de 80% dos entrevistados admitiram ter reduzido suas compras ou deixado de pagar contas devido ao aumento generalizado dos preços.
Uma pesquisa realizada pela Quaest e divulgada na última segunda-feira (27) revela que a avaliação negativa da gestão Lula alcançou 37%, o maior índice desde o início de seu terceiro mandato. Este número representa um aumento de seis pontos percentuais em um espaço de um mês e meio.
Esta é a primeira vez que o índice de desaprovação supera o de aprovação, que se encontra em 31%, enquanto 28% dos entrevistados consideram o governo regular. Outros 4% optaram por não responder.
No último mês de novembro, a alta nos preços foi tema central em uma reunião entre Lula, seus ministros e representantes da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Durante a primeira reunião ministerial do ano de 2025, o presidente pressionou sua equipe por ações voltadas à redução dos preços dos alimentos, dirigindo questionamentos específicos sobre o custo da carne.
Nos próximos dias, o governo planeja lançar uma campanha publicitária com o objetivo de esclarecer que “ninguém mexe com o Pix” e afirmar que esta ferramenta “é nossa“. A expectativa é que a campanha seja veiculada já no sábado (25).
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) encomendou uma campanha com o lema “é meu, é seu, é do Brasil“, visando amenizar os efeitos das novas regras estabelecidas pela Receita Federal e combater a disseminação de informações falsas relacionadas à tributação do sistema de pagamento Pix.
A proposta da campanha é restaurar a confiança na operação do Pix, ressaltando que ele já representa uma conquista para os brasileiros. O foco será direcionado aos empreendedores e autônomos, que têm sido mais impactados por rumores infundados sobre possíveis tributações.
A iniciativa publicitária surge pouco tempo após o governo ter sido forçado a revogar uma norma que ampliava a fiscalização sobre transações pessoais via Pix que somassem R$ 5.000 mensais.
A revogação ocorreu em resposta a uma onda de críticas nas redes sociais, incluindo boatos sobre a taxação do sistema. No dia 17 deste mês, a Secom informou às agências responsáveis pela publicidade governamental sobre a nova campanha de esclarecimento.
Na mesma ocasião, foi definido o conceito que reforçaria que o Pix é uma ação estatal. Aliados do presidente Lula reconhecem que a comunicação com autônomos e trabalhadores informais já era complexa antes da disseminação das notícias falsas sobre tributação.
Antes da sua recente nomeação na Secom, o ministro Sidônio Palmeira havia solicitado às agências responsáveis pela comunicação governamental uma campanha explicativa sobre as novas regras de monitoramento das transações estabelecidas pela Receita Federal.