Renan Calheiros: Congresso não pode ser ameaçado e pede exoneração de Braga Netto
O senador classificou as declarações como "irresponsáveis e inconsequentes" e disse que o Congresso "não pode admitir" ameaças
- Data: 22/07/2021 15:07
- Alterado: 22/07/2021 15:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Jefferson Rudy / Agência Senado
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), pediu nesta quinta-feira (22) a exoneração do ministro da Defesa, general Braga Netto, após reportagem revelar ameaças contra a realização das eleições feitas pelo ministro e que foram levadas até ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O senador classificou as declarações como “irresponsáveis e inconsequentes” e disse que o Congresso “não pode admitir” ameaças.
Em uma série de publicações no Twitter, Renan disse que a democracia brasileira é alvo de “gravíssima ameaça, agora relevada”, sob tentativa de “amedrontar pelo terror”. “Braga Netto se revela: foi colocado onde está exatamente para isso, para ameaçar as instituições democráticas”, afirmou o relator da CPI.
Renan classifica que o ministro é um “elemento perigoso” para a democracia. “O Brasil não pode se sujeitar ao capricho de mantê-lo onde está”, finalizou.
A reportagem revela que, no dia 8 deste mês, o presidente da Câmara, Arthur Lira, recebeu um duro recado do ministro Braga Netto, por meio de um importante interlocutor político. “O general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.”
Segundo a reportagem, a ameaça de golpe levou Lira a conversar com o presidente Jair Bolsonaro. O deputado, então, teria reafirmado seu apoio ao governo, mas disse que não estaria ao lado de qualquer ruptura institucional. A reportagem também lembra que Bolsonaro repetiu publicamente a ameaça de Braga Netto no mesmo 8 de julho. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, afirmou Bolsonaro a apoiadores, naquela data, na entrada do Palácio da Alvorada.