Questão essencial é subir investimento público, afirma José Serra
O economista José Serra fez palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta segunda-feira, 12/8, sobre o tema "Desenvolvimento do Brasil e seus principais problemas”
- Data: 13/08/2013 07:08
- Alterado: 13/08/2013 07:08
- Autor: Redação
- Fonte: ACSP
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O encontro foi conduzido por Rogério Amato, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). Na plateia, estavam superintendentes, diretores e outros integrantes das entidades.
“É uma grande satisfação trazer o governador José Serra, economista com brilhante carreira, amigo da casa, tem estado junto conosco em todos os momentos”, disse Rogério Amato.
No início de sua apresentação, José Serra destacou a importância da ACSP. “A Associação Comercial de São Paulo é uma entidade da qual os associados participam voluntariamente, não há contribuição compulsória, o que é uma raridade na estrutura de representação de classes no Brasil. Vem daí em parte sua força. É uma entidade sempre muito positiva, capilar na cidade de São Paulo”.
Ele falou sobre o que chama de “fim de um ciclo no Brasil”, que terminou em 2010/2011 e teve como algumas características: o crescimento moderado do PIB (média de 3% ao ano), puxado pelo consumo mas acompanhado por baixo investimento (consumo cresceu 3 vezes mais que o investimento); investimento baixo nas esferas pública e privada (na privada pela concorrência externa e falta de perspectiva); aumento rápido das importações e lentidão das exportações; déficit em conta corrente; desindustrialização; e a mais elevada carga tributária entre os países emergentes.
“Esse modelo se esgotou porque a bonança externa acabou”, disse José Serra, referindo-se ao término da expansão acelerada na Europa, China e Estados Unidos. “Este é o panorama mundial, de desaceleração”. Segundo o palestrante, o fim deste ciclo causou pontos de estrangulamento no desenvolvimento do país. “A questão essencial é investir em políticas e subir o investimento público porque há pontos de estrangulamento”. Ele também frisou a necessidade de o país exportar não somente itens agrícolas mas outros tipos de produtos.