Protesto gera pico de citações no Twitter, indica FGV
O protesto promovido na quarta-feira, 15, contra o contingenciamento de recursos no Ministério da Educação gerou mais de 3,1 milhões de postagens no Twitter de acordo com a FGV
- Data: 17/05/2019 10:05
- Alterado: 17/05/2019 10:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Nelson Almeida/AFP
Os dados foram levantados pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa considerou o período entre 12h de terça-feira, 14, passada e 12h desta quinta-feira (16).
Nesses dois dias, as citações ao protesto – organizado em pelo menos 250 cidades do País – alcançaram números próximos a de outros assuntos de forte interação no Twitter desde as eleições do ano passado, como a indicação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça (que teve 3,7 milhões de menções em seis dias) e o dia do 1.º turno das eleições (que teve o maior impacto em relação a outros eventos políticos já registrados pela FGV desde 2014, com 4,85 milhões de tuítes em um dia).
O órgão identificou dois picos de menções ao chamado “tsunami da Educação”. O primeiro aconteceu após ser veiculada declaração do presidente Jair Bolsonaro, de que os manifestantes seriam “idiotas úteis”. Logo depois de a frase ir ao ar, por volta das 13h30, quase 38,6 mil postagens sobre o protesto foram feitas no Twitter. O levantamento não entra no mérito das mensagens, se favoráveis ou não ao presidente. O outro pico ocorreu por volta das 20h, enquanto os protestos aconteciam no País. Foram mais 52,6 mil menções neste momento.
“Não foi o fato de Bolsonaro ter feito aquela fala apenas. Ela contribuiu, foi um ponto a mais na narrativa, mas o debate sobre educação já vinha numa crescente”, disse o diretor da Dapp, Marco Aurélio Ruediger. “A gente vive numa situação polarizada há muito tempo.”
‘Infeliz’
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta quinta que Bolsonaro deu uma declaração “infeliz” ao criticar os manifestantes. “O exemplo vem de cima. A urbanidade e a respeitabilidade vêm de cima”, afirmou ele, ao chegar para sessão do Supremo.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não quis comentar a frase do presidente sobre as manifestações contra cortes na Educação. Segundo ele, os protestos “foram importantes, mas não foram grandes”. “Precisamos ter a tranquilidade de saber que numa democracia as manifestações são normais. O PT e a CUT que aparelharam as universidades brasileiras fizeram isso nos últimos 30 anos.”