Programação do Feleli apresenta vozes múltiplas e plurais como estímulo à leitura

Em 2021, festival online traz como destaque a literatura indígena com mesa de conversa e lançamento de livro bilíngue inédito

  • Data: 22/02/2021 17:02
  • Alterado: 22/02/2021 17:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Feleli
Programação do Feleli apresenta vozes múltiplas e plurais como estímulo à leitura

Kaê Guajajara

Crédito:Divulgação

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Durante os 10 dias da programação online, o público poderá acessar gratuitamente 27 ações artísticas, com convidados pela curadoria e selecionados através dos editais, em um abrangente conteúdo que integra mais de uma centena de participantes, com vozes múltiplas e plurais, estimulando a leitura como prática cultural. Na programação, o Feleli trará espetáculos dialogando com literatura, como teatro, contação de histórias, performances, dança, música, bate-papo com escritoras e escritores, oficina, escuta de narradores, slam e exibição de vídeo arte, com classificação para todas as idades e interesses. Toda a programação é gratuita com intérprete de libras em todas as atividades.

Na abertura do festival, no dia 7 de março, às 20h20, o evento traz a exposição virtual “A Cor Fala”, da ilustradora Bianca Lana de Ribeirão Preto/SP. No vídeo-exposição, composto especialmente para a programação do FELELI ONLINE, a artista propõe a conversa sobre as relações entre cor, textura e texto a partir do próprio processo criativo em projetos editoriais de livros infantis.

Em meio ao festival acontece o Dia Internacional da Mulher, para refletir e homenagear a luta pela vida de todas as mulheres do mundo, a programação conta com mulheres do Brasil, Argentina e Portugal. No dia 08 de março acontece a intervenção Mover La Lengua, diretamente de Buenos Aires, com uma proposta de performance interativa em forma de batalhas onde se manifestam várias linguagens artísticas: dança, textos, música e vídeo, com direção María Magdalena Cervellera e Martina Kogan.

No mesmo dia, o FELELI programou uma Mesa de Encontro com as contadoras de histórias Benita Prieto, de Alhandra-Portugal, e Camila Genaro, de Santos/SP. ÂncoraBenita Prieto é do Rio de Janeiro, curadora, consultora, produtora e mediadora de projetos de leitura. Coordena a Red Internacional de Cuentacuentos e é Presidente da Ações & Conexões – Associação Cultural de Portugal. Camila Genaro atualmente é referência em história oral, sendo acadêmica-patrona da cadeira 18 da Academia Brasileira de Contadores de Histórias (ABCH), idealizadora da Mostra de Contadores de Histórias da Baixada Santista e diretoria do documentário “História Oral da Gente de Santos”. Neste bate-papo a pauta é a arte de contar histórias, a atuação e o espaço do profissional para este ofício no contemporâneo, incluindo as demandas e desafios da literatura e a leitura no mundo digital para os narradores urbanos e tradicionais.

Literatura Indígena

O festival faz uma homenagem à Literatura Indígena, contando com importantes convidadas e convidados como Graça Graúna, Geni Nunez, Daniel Munduruku, Yaguarê Yamã e Uziel Guaynê.

O Encontro com as Escritoras vai reunir ao vivo, a poeta, escritora e filósofa Graça Graúna, direto de Pernambuco, e a pesquisadora Geni Nunez, de Santa Catarina. Graça Graúna é mulher indígena, potiguara do Rio Grande do Norte; escritora, professora adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE); membro do Conselho de Educação Escolar Indígena, em Pernambuco (CEEIN/PE); responsável pelo Blog Tecido de Vozes. Entre seus livros publicados, estão “Flor da mata” (2014), “Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil” (2013), “Criaturas de Ñanderu” (2010), “Tear da palavra (2007)”, “Tessituras da terra (2001)” e “Canto mestizo (1999)”.

Geni Núñez, criadora do perfil @genipapos, pertence ao povo guarani, é graduada em Psicologia, mestre em Psicologia Social e doutoranda no Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC). Autora do livro infantil Djatchy Djatere: O Saci Guarani. Co assistente na Comissão Guarani Yvyrupa e membro da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogos (ABIPSI).

Integra a programação a oficina para educadores e todos interessados “Literatura Indígena para Crianças da Primeira Infância”, coordenada por Daniel Munduruku, que fará um “passeio” pela cultura indígena brasileira apresentando seu modo tradicional de contar histórias como estratégia educativa para a formação do corpo, da mente e do espírito de suas crianças. Além disso, irá apresentar a produção literária de escritores indígenas e como usá-la com crianças da primeira idade. Daniel Munduruku é escritor indígena, graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia. Doutor em Educação pela USP, é pós-doutor em Literatura pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Diretor presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais. Autor de 50 livros para crianças, jovens e educadores, dos quais diversos receberam o selo Altamente Recomendável outorgado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em 2018 foi o ganhador do Prêmio Fundação Bunge na categoria personalidade literária do ano. Reside em Lorena, interior de SP.

Projeto Educativo – livro Cocarzinho amarelo

Esta ação, que conta com a coordenação editorial da jornalista Patricia Bomfim, vai ao encontro do movimento nacional denominado Literatura Indígena, apresentando no material educativo a voz e as imagens do povo maraguá com o livro digital Cocarzinho amarelo, escrito por Yaguarê Yamã e especialmente ilustrado por Uziel Guaynê. É uma história inédita de Yaguarê contada em português e nh??ngatu, baseada numa conhecida obra de origem europeia que se passa dentro de uma aldeia indígena, com o humor e as tonalidades amazônicas. Os leitores logo descobrirão que se trata de uma versão de Chapeuzinho vermelho, mas Yaguarê surpreende a cada momento ao trazer esta querida história para a floresta brasileira. Será que o desfecho será o mesmo?

No lançamento do livro digital Cocarzinho amarelo, os autores Yaguarê Yamã e Uziel Guaynê participarão de uma live para conversar sobre o processo criativo e literatura indígena, um movimento nacional que vem ganhando destaque desde a década de 90.

Programação para a Juventude

No primeiro dia do Festival acontece a Exibição Jovem Artista pelo Celular, onde serão apresentados dez vídeos-arte inéditos produzidos por dez jovens artistas selecionados por convocatória de edital, mediado com a curadoria da poeta e jornalista Tatiana Fraga.

No único sábado do festival, 13 de março, a programação será voltada para a juventude com a transmissão ao vivo do Slam SubversoSlam014, diretamente de Bauru. A versão pocket, por conta da pandemia, reunirá seis participantes selecionados por chamamento, os quais na batalha de poesia concorrem a três premiações, avaliadas por dois jurados convidados pela organização do evento. A mediação e curadoria é da bauruense Mariana Lacava, vulgo PXT Marginal.

Na noite do sábado, seguindo a programação, o Feleli trará um show inédito com a artista Kaê Guajajara, residente no Rio de Janeiro. Kaê é indígena do povo Guajajara, cantora, compositora, atriz e escritora do livro “Descomplicando com Kaê Guajajara – O que você precisa saber sobre os povos originários e como ajudar na luta antirracista”. A artista é fundadora do Coletivo Azuruhu, formado por indígenas em contexto urbano que trabalham com Arte Educação, AudioVisual, Literatura e Artesanato levando nas escolas e eventos não indígenas, a conscientização sobre o momento atual dos povos originários. Especialmente concebido para o FELELI, como artista convidada, Kaê apresenta um show inédito com músicas de seus EP’s “Uzaw”, “Hapohu” e “Wiramiri” e traz com exclusividade um spoiler do seu álbum de estreia “Kwarahy Tazyr”, que será lançado em junho de 2021. O álbum traz versões e vivências de Kaê Guajajara no ritmo reggaetrap.

Espetáculos selecionados no Chamamento

Com a curadoria da Giralua Companhia de Artes e coordenação de Valsineire Castro, atriz, contadora de histórias e produtora cultural, 16 grupos foram selecionados entre as 142 inscrições recebidas. A programação contará com espetáculos em múltiplas linguagens como teatro, contação de histórias, performance e música, advindos de vários estados do Brasil como Ceará, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, além produções de artistas de países como Argentina, Portugal e Espanha.

Localidade

ESPETÁCULO

ARTISTA/Companhia

SÃO PAULO-SP

Canções de amor deixadas na portaria

Banda Portaria

BUENOS AIRES-AR

Boceto de Mi 

Muma Mundo

PORTO-PT/MADRI-ES

Doze vezes PESSOA 

Emilene Lima e David Lima

SÃO PAULO -SP

Doppelgänger

Turma 018

SÃO PAULO -SP

observar-se pedras | avenida paulista

3C

CAMPINAS-SP

A árvore e a aranha

No Mundo da Lua – iTeatro

RECIFE-PE

Assombrações e Alumbramentos

Mari Bigio – Cordel Animado

FORTALEZA-CE

Brincante – Inprocesso

Edivaldo Batista 

SÃO PAULO-SP

Proseadeiras Online

A Hora da História

CAMPINAS -SP

Contos Para Enganar a Morte

Cia. Dos Naufrágos

CAMPINAS-SP

algumas poesias de memória

Graziele Cristina Garbuio

PORTO ALEGRE – RS

Caio do Céu

Companhia de Solos & Bem Acompanhados

SOROCABA -SP

VÁ CARNAL!

Carnecam

LONDRINA-PR

O Vessero de Mavi

Amarilis Irani

SÃO PAULO -SP

O instante é semente viva

Samira Br e Sólon Rodrigues

IRACEMÁPOLIS-SP

Xinfrim

Cia Pé de Cana

A 5ª edição do Festival de Leitura e Literatura, que será realizado totalmente online de 7 a 16 de março de 2021, é uma iniciativa da Giralua Companhia de Artes em parceria com a Arte & Efeito Produções, com realização através do Governo do Estado de São Paulo/ Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo Federal, PROAC EXPRESSO LEI ALDIR BLANC Nº 40/2020 (Produção e Realização de Festival de Cultura e Economia Criativa com Apresentação Online). Todas as atrações poderão ser acompanhadas pelo canal do Feleli no Youtube e nas redes sociais do festival.

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