Produção de aço no Brasil registra crescimento
Construção civil, máquinas e automotores registraram alta
- Data: 17/12/2024 11:12
- Alterado: 17/12/2024 11:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Entre janeiro e novembro, o Brasil alcançou uma produção de aço bruto de 31,1 milhões de toneladas, representando um crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Aço Brasil em um balanço recente.
Além do aumento na produção, as importações e o consumo aparente de aço também apresentaram resultados positivos. As importações cresceram 24,4%, enquanto o consumo aparente e as vendas internas aumentaram em 9,6% e 8,7%, respectivamente.
As expectativas para o final do ano são otimistas, com projeções apontando que a produção total pode alcançar 33,7 milhões de toneladas após a contabilização dos resultados de dezembro. No entanto, um ponto negativo é observado nas exportações, que somaram apenas 8,8 milhões de toneladas até agora, marcando uma queda significativa de 18,5% em comparação com o mesmo intervalo do ano passado.
Durante uma coletiva de imprensa, Marco Polo de Mello, presidente executivo do Instituto Aço Brasil, destacou a contribuição positiva de setores chave que dependem do aço. O setor automotivo cresceu 12,1%, enquanto as indústrias de máquinas e equipamentos e da construção civil registraram aumentos de 1% e 4,1%, respectivamente.
O dirigente também trouxe à tona preocupações relacionadas ao mercado global de aço, especialmente no que diz respeito à China. Ele mencionou um estudo que mostra que a média de consumo de aço por habitante no Brasil subiu de 100,6 quilos em 1980 para 110,8 quilos em 2023. Em contrapartida, a China viu um crescimento impressionante de 1.863% no mesmo período. Mello caracterizou a atuação chinesa como “predatória” devido ao seu domínio nas exportações.
A questão da transição energética foi outro ponto destacado na coletiva. Mello referiu-se à Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada recentemente em Baku, no Azerbaijão. Ele afirmou que a indústria brasileira de aço e ferro é responsável por apenas 4% das emissões de gases do efeito estufa no país e 7% globalmente. Para ele, outros setores econômicos devem ser igualmente responsabilizados pelas emissões que geram; o agronegócio responde por 32%, enquanto o setor energético é responsável por 24% das emissões totais.
O executivo ressaltou a necessidade urgente de diferenciar entre metas governamentais e os objetivos realistas para o setor. “Só assumiremos metas factíveis”, afirmou Mello. Ele citou os Estados Unidos como exemplo positivo, onde após um período de crescimento na produção automotiva, as empresas aproveitaram veículos como sucata para atender às demandas energéticas atuais.
Mello também sugeriu a utilização do hidrogênio como alternativa no processo de descarbonização do aço e criticou a postura monopolista da Petrobras nesse contexto. Para viabilizar essa transição energética limpa na indústria do aço, ele indicou que seriam necessários investimentos da ordem de R$ 180 bilhões.