Procuradoria no DF arquiva inquérito de racismo contra Weintraub
O Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar o inquérito aberto para apurar se o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, cometeu crime de racismo contra os chineses
- Data: 25/02/2021 14:02
- Alterado: 25/02/2021 14:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Processo contra Weintraub sobre racismo é arquivado
Crédito:José Cruz/Agência Brasil
Enquanto ministro, Weintraub insinuou que a China poderia se beneficiar da crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus.
A decisão foi tomada na esteira do relatório de investigação da Polícia Federal, que concluiu as apurações no fim do ano e decidiu não indiciar o ex-ministro pelo crime. Com base no documento, a Procuradoria da República no Distrito Federal encerrou o caso.
Na avaliação da procuradora Melina Flores, que assinou o arquivamento, a manifestação de Weintraub ‘não está claramente voltada a incitar preconceito’. “Essa postagem, por si só, não trouxe uma demonstração clara do ânimo racista e da iminência do risco social de racismo que a opinião deveria gerar”, escreveu.
O inquérito em questão foi aberto em abril, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), depois que o então ministro fez uma publicação no Twitter dando a entender que a China sairia ‘fortalecida’ da pandemia, apoiada por seus ‘aliados no Brasil’. Weintraub chegou a usar a forma de falar do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, trocando o ‘r’ pelo ‘l’, em uma sátira ao sotaque de chineses que falam português.
“Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, escreveu na postagem, acompanhada de uma imagem dos personagens de Maurício de Souza ambientados na Muralha da China.
Na ocasião, a Embaixada da China no Brasil divulgou uma nota chamando Weintraub de racista e o então ministro apagou a publicação.
Depois que Weintraub deixou o governo federal, a investigação, que até então corria no Supremo Tribunal Federal (STF), foi enviada para primeira instância