Prisão de ex-presidente Michel Temer repercute no Congresso

Emedebistas negam que influência da prisão no apoio à reforma da Previdência; Aécio Neves prefere 'ler antes de comentar'

  • Data: 21/03/2019 15:03
  • Alterado: 21/03/2019 15:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Prisão de ex-presidente Michel Temer repercute no Congresso

Plenário da Câmara dos Deputados aprova o texto-base da proposta que cria um novo marco regulatório para o transporte rodoviário de cargas no País (PL 4860/16).

Crédito:Wilson Dias/Agência Brasil

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Antes opositores do ex-presidente Michel Temer (MDB), representantes da esquerda foram ao plenário da Câmara dos Deputados criticar a prisão do emedebista. O MDB divulgou nota lamentando a prisão de Temer e do ex-ministro Moreira Franco, que também foi alvo da operação autorizada pelo juiz Marcelo Bretas.

No Senado, o Randolfe Rodrigues, da REDE, e Márcio Bittar, correligionário do ex-presidente, disseram não ver abuso de autoridade na prisão de Temer.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) usou a tribuna para falar que não se podia comemorar a prisão de ninguém: “Nós não podemos defender uma prisão. Respeitamos as garantias constitucionais de todos os brasileiros”, afirmou.

Já o deputado federal João Daniel (PT-SE) defendeu a aprovação do projeto contra o abuso de autoridade, visto pela Lava Jato como uma tentativa de intimidar juízes e procuradores que investigam casos de corrupção envolvendo a classe política. “A Câmara tem o dever de aprovar o projeto que nenhuma autoridade esteja acima. Por isso, a Casa tem que aprovar o projeto contra o abuso de autoridade.”

O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que por duas vezes os parlamentares tentaram, na Câmara, que Michel Temer prestasse explicações na Casa. “Mas ele usou a força de seu cargo para impedir que essas denúncias avançassem”, disse Molon. “Felizmente, agora ele começa a responder perante à Justiça. Trata-se do chefe de uma quadrilha, cujos comparsas já foram presos.”

PREVIDÊNCIA
Para o deputado e membro da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ), Celso Maldaner (MDB-SC), a prisão do ex-presidente do seu partido, Michel Temer, em nada influencia no apoio ou não dos parlamentares da legenda à nova Previdência. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, disse Maldaner.

Sobre a prisão, o deputado, que também é membro da bancada ruralista, disse que Temer precisa dar explicações e que, se forem comprovadas irregularidades, o ex-presidente terá de responder por elas.

Ele lembrou que na última reunião nacional do MDB, realizada neste mês, outros membros não puderam comparecer por estarem preso, como é o caso do ex-presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha. “O MDB precisa de uma renovação”, afirmou o deputado. Em relação ao adiamento do anúncio do relator da Previdência na CCJ, Maldaner disse que não acredita que vá haver grandes atrasos. “O relator já está escolhido, só não foi anunciado ainda”, disse.

Para o líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues, a operação que resultou na prisão do ex-presidente mostra que ‘ninguém está acima da lei’. Ele também discordou da avaliação de que caso trata-se de abuso de autoridade. “É uma demonstração concreta de que ninguém está acima da lei. Não é o fim da corrupção no Brasil, mas é luz de lamparina na noite da impunidade. É um passo importante que tem que ser celebrado”, disse.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) considerou a prisão de Temer (MDB) “abuso autoridade” cujo reflexo é uma desmoralização “cada vez maior” da classe política. “As pessoas têm que ter bom senso neste País e não é espetáculo para as redes sociais que vai melhorar isso, só vai piorar. Não vejo nenhuma razão para prender um presidente da República que tem endereço conhecido, não está fugindo, não está fazendo nada e está à disposição das autoridades. É mais um espetáculo midiático para agradar este ou aquele setor”, disse.

AÉCIO NEVES
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse que quer ler a fundamentação do pedido que motivou a prisão do ex-presidente Michel Temer antes de comentar. Ele ponderou, no entanto, que quando uma prisão é técnica e bem fundamentada ela tem de ser compreendida.

“Não vou comentar porque não li nada ainda, vou ler agora. Acho que toda prisão que é técnica e bem justificável tem que ser compreendida. Eu vou me inteirar, estou chegando agora no gabinete, não quero falar antes de me inteirar”, disse o deputado.

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  • Data: 21/03/2019 03:03
  • Alterado:21/03/2019 15:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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