Prisão de Daniel Silveira não é assunto de governo, afirma Ricardo Barros
Líder do governo na Câmara, deputado evita comentar assunto e diz que não tratou do tema com presidente Bolsonaro
- Data: 17/02/2021 17:02
- Alterado: 17/02/2021 17:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
O deputado Ricardo Barros
Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou nesta quinta-feira, 17, que a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) “não é assunto de governo”. Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Silveira foi preso no fim da noite desta terça-feira, 16, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o deputado publicar vídeo com ofensas e ameaças a membros da Corte.
A prisão foi determinada no inquérito que apura ameaças, ofensas e fake news disparadas contra ministros do Supremo e seus familiares. Moraes considerou que a postagem feita pelo parlamentar configurava um flagrante desrespeito à Lei de Segurança Nacional, em que ele atenta contra a independência dos Poderes e contra a democracia.
“Não é assunto de governo”, disse Barros ao ser questionado pela reportagem se o governo havia definido alguma posição sobre a prisão de Silveira e se o caso seria comentado. O deputado, porém, ressaltou não ter falado com o presidente sobre o assunto.
A decisão de Alexandre ainda deve ser submetido à Câmara, que pode derrubar a prisão de Silveira. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-PR), convocou para esta tarde reunião extraordinária da Mesa Diretora e do colégio de líderes para tratar sobre o assunto. Em caso de prisão de parlamentares em flagrante de crime inafiançável, a Constituição prevê que a respectiva Casa legislativa delibere sobre a detenção. Os parlamentares devem definir se a votação será aberta ou fechada.
Além do inquérito das Fake News, Silveira também é investigado no caso que investiga a organização e o financiamento de atos de teor antidemocrático em Brasília. No ano passado, o governo chegou a atuar em favor de aliados neste inquérito. Na ocasião, a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com um habeas corpus contra decisão da Corte que derrubou perfis de bolsonaristas nas redes sociais.
Ninguém do Palácio do Planalto ou do entorno do presidente ainda se manifestou diretamente sobre o caso nesta quarta-feira. Mais ativo nas redes sociais, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) postou uma mensagem dizendo estar com o “estômago embrulhado”, mas sem qualquer menção à prisão do aliado.