Presidente da Coreia do Sul é indiciado por insurreição após tentativa de autogolpe
Yoon Suk Yeol é acusado de tentar instaurar uma lei marcial para restringir a oposição, marcando a primeira vez que um presidente sul-coreano é indiciado por crime.
- Data: 26/01/2025 14:01
- Alterado: 26/01/2025 14:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução
A equipe de procuradores encarregada de investigar a tentativa de autogolpe na Coreia do Sul anunciou, neste domingo (26), o indiciamento do presidente afastado Yoon Suk Yeol pelo crime de insurreição. A decisão se baseia na declaração de lei marcial feita em 3 de dezembro, que resultou na suspensão de direitos políticos e visou restringir a oposição no país.
Os advogados de Yoon reagiram ao indiciamento, classificando-o como “a pior escolha” feita pela Procuradoria. Em sua defesa, afirmaram que a declaração de lei marcial foi um “pedido de ajuda desesperado” da parte do presidente diante da crise nacional gerada por uma oposição considerada descontrolada.
Este é um marco histórico, uma vez que representa a primeira vez que um presidente sul-coreano é indiciado por um crime. Se Yoon for condenado, ele poderá enfrentar penas severas, incluindo a prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte. Contudo, vale ressaltar que a Coreia do Sul não executa condenados há quase três décadas.
A tentativa de autogolpe promovida por Yoon gerou uma crise política sem precedentes na quarta maior economia da Ásia, que é superada apenas por China, Japão e Índia. O presidente sofreu impeachment pela Assembleia Nacional no dia 14 de dezembro e permanece afastado desde então, embora tecnicamente ainda exerça o cargo até que o Tribunal Constitucional decida sobre a legalidade do seu afastamento.
Atualmente, Yoon se encontra detido desde o dia 15 deste mês, após a polícia conseguir executar um mandado contra ele depois de várias horas de impasse e uma tentativa frustrada anteriormente. Sua libertação pode ocorrer em breve, a menos que o Judiciário decida por um novo período de prisão.
No processo relacionado ao seu impeachment, a defesa argumentou no Tribunal Constitucional que Yoon não tinha a intenção de instaurar uma lei marcial completa e que sua declaração visava apenas facilitar uma negociação política.