Presidente afastado da Coreia do Sul tem ordem de prisão decretada
Investigadores alegam que Yoon liderou um movimento insurreicional ao declarar a lei marcial e ordenar a mobilização de tropas para impedir a votação do decreto na Assembleia Nacional
- Data: 30/12/2024 22:12
- Alterado: 30/12/2024 22:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução
Um tribunal sul-coreano divulgou, na noite desta terça-feira (31), um mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol, que foi destituído por impeachment há cerca de duas semanas devido a uma tentativa de autogolpe.
Em resposta ao pronunciamento da Justiça, o líder interino do Partido do Poder do Povo (PPP), que atualmente está no governo, expressou sua desaprovação quanto à possibilidade de prisão de um presidente em exercício, considerando essa ação inadequada.
O mandado de prisão foi emitido logo após investigadores solicitarem a detenção de Yoon. O ex-presidente tem se mostrado relutante em colaborar com as investigações, ignorando várias intimações tanto da polícia quanto do Gabinete de Investigação de Corrupção, que estão analisando se a declaração de lei marcial realizada em 3 de dezembro, que suspendeu direitos políticos no país, constitui um ato insurreicional.
Os investigadores alegam que Yoon liderou um movimento insurreicional ao declarar a lei marcial e ordenar a mobilização de tropas para impedir a votação do decreto na Assembleia Nacional. Yoon refuta as acusações, argumentando que suas ações foram motivadas por uma necessidade de governança para alertar a oposição sobre um suposto abuso legislativo.
A sua suspensão das funções presidenciais ocorreu logo após o impeachment devido à imposição da lei marcial, que foi rejeitada pelo Parlamento e rapidamente retirada pelo próprio presidente algumas horas depois. Essa tentativa de autogolpe encontrou forte resistência tanto no legislativo quanto entre a população, que organizou protestos nas ruas.
Atualmente, o Tribunal Constitucional está avaliando a situação para determinar se Yoon deverá retornar ao cargo ou se será removido definitivamente. A corte possui um prazo de 180 dias para proferir sua decisão.
A crise política na Coreia do Sul se intensificou na última sexta-feira com o impeachment do primeiro-ministro Han Duck-soo, que estava no comando interino do Executivo, apenas duas semanas após a destituição de Yoon.