Prêmio Nobel de Química é concedido a duas cientistas por pesquisa na edição do genoma
Pesquisadoras desenvolveram a ferramenta Crispr, que pode alterar o DNA de animais, plantas e microorganismos. É a primeira vez que um Nobel da ciência foi concedido à duas mulheres
- Data: 07/10/2020 09:10
- Alterado: 07/10/2020 09:10
- Autor: Redação
- Fonte: Agências de Notícia
Crédito:
Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna ganharam o Prêmio Nobel 2020 em Química, anunciou a Academia Real de Ciências da Suécia nesta quarta-feira (7), em Estocolmo, na Suécia. É a primeira vez na história que duas mulheres ganham, juntas, o Nobel de Química. “O prêmio deste ano é sobre a reescrita do código da vida”, disse Goran K. Hansson, secretário-geral da Real Academia Sueca de Ciências, ao anunciar os nomes dos laureados.
As pesquisadoras desenvolveram o método Crispr/Cas9 de edição do genoma, que funciona basicamente como uma tesoura genética, criada apenas 8 anos atrás, e já está ajudando na busca da cura de doenças genéticas e de câncer. Com a técnica, é possível editar com precisão o DNA de micro-organismos, plantas e animais, substituindo genes.
Emmanuelle Charpentier, francesa de 51 anos, é diretora do Instituto Max Planck de Biologia de Infecções em Berlim, enquanto Jennifer Doudna, americana de 56 anos, é professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
A premiação do Nobel de 2020, de 10 milhões de coroas suecas —equivalente a pouco mais de R$ 6 milhões de reais—, será dividida igualmente pelas pesquisadoras.
O dinheiro é proveniente de um fundo atualmente com 4,6 bilhões de coroas suecas, deixado por Alfred Nobel (1833-1896).
Com a vitória das duas cientistas, o Prêmio Nobel já tem três laureadas mulheres neste ano. A primeira foi a astrofísica americana Andrea Ghez, que foi premiada em física com dois cientistas por sua pesquisa em buracos negros.
Antes de Charpentier e Doudna, cinco mulheres já haviam ganhado o Nobel em Química: Marie Curie (1911) (a única mulher até hoje a ser laureada duas vezes), Irène Joliot-Curie (1935), Dorothy Crowfoot Hodgkin (1964), Ada E. Yonath (2009) e Frances H. Arnold (2018).
Os prêmios em Literatura e Paz serão entregues também nesta semana; já a láurea em Economia será divulgada na próxima segunda-feira.