Prefeitura de SP rescinde com empresas de ônibus por suposta ligação com o PCC
Transwolff e UPBus são excluídas do sistema de transporte público da capital após investigações do Ministério Público.
- Data: 29/01/2025 17:01
- Alterado: 29/01/2025 18:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
A Prefeitura de São Paulo anunciou na última quarta-feira (29) a rescisão dos contratos com as empresas Transwolff e UPBus, que estão sob investigação devido a possíveis ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Desdobramentos da decisão
A gestão municipal informou que as defesas apresentadas pelas concessionárias não foram aceitas, resultando na sua exclusão do sistema de transporte público da cidade. De acordo com a administração, uma equipe técnica e jurídica dará continuidade ao processo de substituição das duas empresas, assegurando a manutenção dos serviços para a população.
As empresas Transwolff e UPBus operam atualmente em áreas estratégicas da capital, atendendo mais de 600 mil passageiros diariamente. A Transwolff é responsável por 132 linhas e conta com uma frota de 1.146 ônibus, transportando aproximadamente 583 mil usuários por dia. Por sua vez, a UPBus opera 13 linhas com 158 ônibus, atendendo cerca de 73 mil passageiros diariamente, conforme informações divulgadas pela Prefeitura.
Investigações em andamento
No mês de abril de 2024, o Ministério Público de São Paulo iniciou uma operação contra os presidentes das empresas envolvidas, levantando suspeitas sobre suas conexões com o PCC. Em decorrência dessas investigações, a SPTrans assumiu a administração das linhas operadas pela Transwolff e UPBus.
A Prefeitura garantiu que os serviços à população continuarão sendo prestados e que os pagamentos a funcionários e fornecedores estão assegurados.
Em declarações anteriores, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) havia expressado ceticismo quanto à possibilidade de manter os contratos com as referidas empresas. “A defesa deles será analisada para decidirmos sobre a possível caducidade [rescisão do contrato]. Porém, pelo que temos observado até agora, parece complicado evitar essa medida. Não quero me antecipar, mas é um sentimento que predomina“, disse Nunes durante o lançamento da nova estação Varginha na linha 9 Esmeralda, conforme relatado pelo site Diário do Transporte.
Posicionamento da Transwolff
A Transwolff, através de seus advogados, refutou veementemente qualquer vínculo com o crime organizado. Em uma nota enviada à imprensa logo após as declarações do prefeito, a empresa afirmou que nunca manteve relações com atividades ilícitas e que essa realidade será demonstrada no decorrer do processo judicial que está em andamento sob sigilo.
Os representantes legais da Transwolff também comunicaram que apresentaram sua defesa em relação ao processo administrativo instaurado pela prefeitura. Segundo eles, as alegações que justificam a intervenção administrativa e o pedido de rescisão contratual são infundadas e carecem de suporte técnico, financeiro ou jurídico. “A defesa desmonta sistematicamente os argumentos utilizados pela Prefeitura“, destacaram.
A empresa ainda expressou seu descontentamento em relação às acusações consideradas “infundadas”, que segundo eles, desonram tanto cidadãos quanto a reputação da companhia, reconhecida por prestar serviços públicos de qualidade ao longo dos anos, conforme evidenciado por levantamentos independentes encomendados pela própria Prefeitura Municipal.