Possível Retorno de Trump Pode Desafiar Multilateralismo no G20
Tensões Aumentam Risco de Fragmentação Global e Acordos Bilaterais Ganharem Força.
- Data: 16/11/2024 01:11
- Alterado: 16/11/2024 01:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:RS/Fotos Públicas
A recente cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, tem sido vista por muitos como um prenúncio do desafio crescente ao multilateralismo. Com a possibilidade do retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, há uma preocupação entre diplomatas e analistas de que o cenário internacional se fragmente ainda mais, especialmente considerando o histórico de Trump em enfraquecer arranjos multilaterais em favor de acordos bilaterais.
Durante seu primeiro mandato, Trump foi notório por sua resistência aos consensos do G20, muitas vezes isolando os Estados Unidos em questões como o Acordo do Clima de Paris. Sua tentativa de dividir o bloco em 2019, pressionando países como Brasil, Turquia e Arábia Saudita, destaca sua preferência por uma política externa centrada em interesses nacionais.
A possível reemergência de Trump ameaça não apenas as pautas multilaterais, mas também sugere um alinhamento com líderes globais que compartilham sua visão. Com a Argentina já demonstrando dissidência em temas como taxação de bilionários e gênero, existe um risco palpável de que o G20 retorne a um modelo sem consenso. Países como a Arábia Saudita podem seguir esse exemplo, ampliando a ruptura no bloco.
O contexto político global não ajuda. Com líderes como Emmanuel Macron e Olaf Scholz enfrentando desafios domésticos e políticos, há um vácuo que pode ser preenchido por governantes mais alinhados à visão de Trump. A agenda progressista do Brasil para o G20 pode encontrar resistência renovada, especialmente em questões como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
À medida que o G20 se prepara para suas próximas reuniões sob a liderança da África do Sul e posteriormente dos EUA, a eficácia do grupo como fórum multilateral está sob escrutínio. O impacto da liderança americana será crucial para determinar se o G20 pode manter sua relevância ou se tornará palco de disputas bilaterais acirradas.