Por que as empresas não podem ignorar as discussões da COP da Biodiversidade

Um Marco Global da Biodiversidade robusto, com metas ambiciosas e com mecanismos bem estabelecidos para reporte de resultados e financiamento, deve beneficiar as companhias brasileiras

  • Data: 29/12/2022 12:12
  • Alterado: 15/08/2023 12:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Por que as empresas não podem ignorar as discussões da COP da Biodiversidade

COP da Biodiversidade

Crédito:Divulgação

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O tema da biodiversidade começa a atrair a atenção de empresas brasileiras, que acompanham de perto as negociações dos representantes de quase 200 países presentes na COP da Biodiversidade (COP 15), que acontece até 19 de dezembro em Montreal, no Canadá.

Parte do setor privado brasileiro está interessado em que as metas a serem colocadas no novo Marco Global da Biodiversidade – 

em processo de criação na COP 15 para reverter a queda da biodiversidade no mundo – sejam não apenas estabelecidas, mas também “ambiciosas e implementáveis”, na visão de Henrique Luz, gerente técnico do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que está em Montreal, acompanhando as discussões. “Não alcançar um alto nível de ambição pode ser prejudicial para os negócios, já que muitas das empresas brasileiras desenvolvem ações robustas de conservação da natureza e biodiversidade, com o objetivo de minimizar o impacto de suas atividades sobre elas”.

Um novo Marco Global da Biodiversidade robusto, com metas ambiciosas e com mecanismos bem estabelecidos para reporte de resultados e financiamento às iniciativas de conservação só tem a beneficiar as companhias brasileiras. “Isso é o que mais queremos: um direcionamento para uma economia positiva para a natureza. Ainda que as metas afetem os negócios em um primeiro momento, elas acabariam por direcionar o fluxo de investimentos para essa nova economia, na qual o Brasil tem tudo para ser protagonista”, diz Luz. 

Entre as 22 metas em negociação, a de número 15 se relaciona diretamente com o setor privado. Caso aprovada, tornará obrigatória, por parte das empresas, até 2030, a medição e a divulgação, por meio de indicadores, de seus impactos à natureza. E isso é considerado positivo. Mais de 330 empresas, incluindo a mineradora multinacional brasileira Vale, aderiram à campanha #MakeItMandatory, lançada recentemente pela coalizão empresarial global Business for Nature (BfN), que pede aos governos que aprovem a meta 15.

“Para nós, é interessante que haja transparência, de forma homogênea, nessas informações. Isso é imprescindível para avançarmos na agenda da conservação e mobilizarmos colaboração dentro e fora do setor empresarial”, diz Malu Paiva, vice-presidente executiva de Sustentabilidade da Vale.  

Economia positiva para a natureza

O impacto das atividades econômicas na natureza ao longo do tempo é um dos principais fatores que tem levado ao desmatamento, à perda da biodiversidade e, consequentemente, aos atuais desafios climáticos e ambientais que o planeta enfrenta. Ampliar a responsabilidade de países e empresas em relação a suas atividades, no entanto, não deve ser visto como prejuízo ou desvantagem comercial ou econômica.

“A agropecuária no Brasil, por exemplo, é a atividade de maior impacto no uso da terra e, portanto, na biodiversidade. Mas é também a que mais sofre com as mudanças climáticas e que demanda maiores adaptações para manter sua alta produtividade, levar alimento à mesa e gerar renda no campo. Como a biodiversidade tem papel importante nisso, precisa ser conservada”, diz Roberto Waack, cofundador da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia e presidente do Conselho do Instituto Arapyaú.

“Esse é um exemplo de como o setor privado precisa estar atento igualmente aos riscos e oportunidades, que são interligados e complexos. Felizmente, o setor privado brasileiro já está bastante envolvido nesse debate – até mesmo à frente de seus pares de outros países, o que coloca nossos produtos em vantagem comercial e reputacional”, destaca Waack.

Sobre a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia   

É uma rede com mais de 500 líderes criada em 2020 como um espaço democrático de debate para que diversas iniciativas que atuam em prol da região pudessem se encontrar, dialogar e ampliar o impacto de suas ações. Apartidária e plural, a iniciativa reúne representantes dos setores público e privado, academia, sociedade civil e imprensa, que se juntaram para buscar propostas e projetos para a floresta e as pessoas que vivem na região. Saiba mais em: concertacaoamazonia.com.br

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  • Alterado:15/08/2023 12:08
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