Por medo de coronavírus, escolas de SP alertam pais e reforçam álcool em gel
Alunos também são orientados sobre medidas preventivas contra doenças de transmissão respiratória
- Data: 01/02/2020 09:02
- Alterado: 01/02/2020 09:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Joel Rocha/SMCS
Com medo de o coronavírus chegar ao Brasil, colégios particulares de São Paulo já alertam pais e professores e reforçam o estoque de álcool em gel na volta às aulas. Docentes planejam até incluir o tema nas classes.
No Colégio Santa Maria, na zona sul, professores de Ciência do Ensino Fundamental 2 (6.º ao 9.º anos) vão abordar o surto a partir da próxima semana. Um comunicado foi enviado a coordenadores pedagógicos com orientações, como lavar as mãos frequentemente e ficar atento a sintomas, como febre, tosse e dificuldade para respirar. Não há recomendação para usar máscara.
O Colégio Presbiteriano Mackenzie, em Higienópolis, na região central, reforçou a presença de recipientes com álcool em gel nos corredores, banheiros e áreas de alimentação. Foram ainda fixados cartazes de campanha contra viroses, destacando a importância de evitar aglomerações em lugar fechado, lavar as mãos constantemente e não compartilhar copos e talheres. O mesmo comunicado foi enviado às famílias.
O Colégio Dante Alighieri, nos Jardins, enviou informativo com o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), sintomas e prevenção. Orienta também que parentes de alunos que tenham ido à China e voltado nos últimos 14 dias entrem em contato. A escola bilíngue Stance Dual, na região central, indicou às famílias os sites do Ministério da Saúde e da Associação Médica Brasileira para informações sobre o vírus.
Agente comunitária de saúde, Gisele Ferreira, de 40 anos, espera que o colégio da filha fale sobre riscos. “Acredito que as escolas devem passar todas as recomendações a professores, alunos e pais. A aula da minha filha será retomada semana que vem e é muito importante a orientação”, diz ela, mãe da Larissa, de 15, que está no ensino médio na rede pública. “Em minhas visitas às residências, sempre reforço a importância de lavar com frequência as mãos, observar sintomas e verificar histórico de viagens à China.”
A administradora de empresas, Ana Cláudia Ferreira Rocha, de 39 anos, considera fundamental a orientação aos pais e alunos. O filho dela, Daniel, de 9, estuda no colégio Conde Domingos, na zona leste da cidade.
“Tivemos uma reunião pedagógica na quinta-feira para abordar os riscos do coronavírus. Como se trata de um vírus que atinge as vias aéreas a higiene é fundamental. A escola orienta os alunos a lavar as mãos com muita frequência, como medida preventiva”, afirmou Ana Cláudia. Ela acrescenta ainda que serão instalados recipientes de álcool em gel por toda a escola.
Embora a escola não tenha passado nenhuma recomendação específica para o coronavírus, a dona de casa Rafaela Galvagni, de 29 anos, mãe do Gustavo, de 1, afirma que as recomendações básicas são muito válidas. “Higienizar sempre os materiais escolares dele, evitar o compartilhamento de garrafinhas e utensílios e limpar sempre as mãos. Acredito que se cada um fizer sua parte fica mais difícil deste e de outros vírus se espalharem”.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação não informou se há ações preventivas. Já a Secretaria Estadual da Educação disse seguir orientações da pasta da Saúde. Por enquanto, o governo não tem orientação para evitar aglomerações, mas disse acompanhar a situação dia a dia.
A enfermeira Bruna Madruga, de 28 anos, mãe de Mateus, de 6, evita pânico. “Temos de acompanhar, mas acredito que não há motivo ainda para preocupação na cidade.”