Policial Militar é preso por envolvimento na execução de delator do PCC
A prisão do policial ocorre após investigações da PM e apoio da Polícia Civil, com 14 detidos na operação
- Data: 16/01/2025 11:01
- Alterado: 16/01/2025 11:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: CORREG PM
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach
Crédito:Divulgação/Polícia Civil
Na manhã desta quinta-feira, 16 de novembro, a Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo anunciou a prisão de um policial militar acusado de ser o autor dos disparos que resultaram na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, conhecido como delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). Juntamente com ele, outros 13 membros da corporação foram detidos durante a Operação Rodotes, que investiga a execução do empresário no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
O assassinato ocorreu em 8 de novembro do ano passado, logo após Gritzbach desembarcar no Terminal 2 do aeroporto. A investigação, que contou com o apoio da Polícia Civil, levou à emissão de 15 mandados de prisão preventiva e 7 ordens de busca e apreensão em diversos endereços na capital paulista e na região metropolitana.
Segundo informações veiculadas pela TV Globo, entre os detidos estão dois tenentes da PM e outros 12 praças, incluindo um cabo identificado como o executor do crime. O nome deste policial ainda não foi divulgado oficialmente pela Corregedoria.
A investigação se intensificou após a solicitação de sigilo telefônico do suspeito, que revelou sua presença no local do crime no momento em que os tiros foram disparados. A coleta de depoimentos de testemunhas também foi crucial para a identificação do autor, que foi reconhecido durante sua fuga.
Além do suposto atirador, outro policial que realizava a escolta pessoal de Gritzbach foi preso. Imagens capturadas por câmeras de segurança do aeroporto mostraram esse agente realizando chamadas telefônicas que podem estar relacionadas ao planejamento da execução. Ele também é visto correndo logo após os disparos.
O secretário Estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que as investigações revelam que os policiais envolvidos agiam como parte de uma organização criminosa, favorecendo não apenas Gritzbach, mas também outros membros da facção PCC. Derrite enfatizou que desvios de conduta não são tolerados dentro da corporação e que qualquer envolvimento com atividades criminosas é inaceitável.
A investigação sobre os policiais começou em março de 2024, quando uma denúncia anônima alertou sobre possíveis vazamentos de informações privilegiadas que beneficiavam integrantes da facção criminosa. Sete meses depois, o caso evoluiu para um inquérito policial militar que evidenciou que tanto militares ativos quanto inativos colaboravam com a organização criminosa para evitar prisões e garantir vantagens financeiras.
Entre os beneficiados por este esquema estavam líderes da facção e indivíduos procurados pela Justiça. Segundo a Corregedoria, ficou claro que alguns policiais prestavam escolta a criminosos, incluindo Gritzbach. “Os militares envolvidos estavam cientes das atividades ilícitas e integravam o grupo criminoso,” destacou a nota oficial.
As autoridades continuam suas investigações para identificar o mandante por trás do assassinato do empresário.