Polícial Militar é alvo de pedido de prisão após morte de jovem em SP

Soldado é acusado de matar Marco Aurélio Acosta após abordagem em hotel, com a defesa alegando que a vítima estava "alterada"; família clama por justiça.

  • Data: 06/01/2025 21:01
  • Alterado: 06/01/2025 21:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Polícial Militar é alvo de pedido de prisão após morte de jovem em SP

Crédito:Divulgação/PM

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Na última sexta-feira (3), a Polícia Civil de São Paulo formalizou um pedido de prisão preventiva contra o soldado da Polícia Militar, Guilherme Augusto Macedo, de 26 anos, em relação ao homicídio do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos. O incidente ocorreu na madrugada do dia 20 de novembro, quando Acosta foi atingido por um disparo.

O delegado Gabriel Tadeu Brienza Viera, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), avaliou que mesmo diante da reação do estudante à abordagem policial, o soldado Macedo “assumiu o risco do resultado morte ao utilizar sua arma de fogo de maneira ilegítima para afastar uma suposta ameaça ao seu colega de viatura”.

A decisão sobre a manutenção da prisão do policial militar agora recai sobre a Justiça.

O trágico episódio aconteceu dentro de um hotel localizado na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista. A situação se desenrolou após Acosta ter dado um tapa no retrovisor da viatura onde estava o soldado Macedo. O PM perseguiu o estudante até o estabelecimento, onde efetuou o disparo. As imagens desse ato foram capturadas tanto pelas câmeras de segurança do local quanto pela câmera corporal utilizada pelo policial.

Marco Aurélio Acosta era aluno do 5º ano do curso de medicina e sonhava em se tornar pediatra. Ele era filho de médicos e sua morte gerou grande comoção. Durante seu depoimento, Macedo relatou que Acosta estava “visivelmente alterado“, tentando agredir a equipe e demonstrando intenção de tomar sua arma. Entretanto, o soldado optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório realizado pelos policiais civis.

A defesa do soldado informou que não havia sido notificada sobre o pedido de prisão.

De acordo com o laudo pericial, a causa da morte de Acosta foi hemorragia resultante de ferimento por arma de fogo.

O advogado da família da vítima, Roberto Guastelli, declarou à Folha que os familiares clamavam por justiça desde o início das investigações. Ele ressaltou que a autoridade policial presente no momento poderia ter efetuado a prisão em flagrante do policial militar responsável pela morte do jovem, mas essa ação não ocorreu. Com a finalização das investigações pelo DHPP e a solicitação formal para a prisão preventiva do soldado, a família vislumbra esperança para um desfecho positivo.

O médico Julio Cesar Acosta Navarro, pai do estudante, expressou sua emoção ao ser informado sobre o pedido de prisão. Ele se reuniu com delegados na tarde da segunda-feira (6) e foi atualizado sobre os avanços na investigação e a entrega do relatório final.

Descontente com a falta de progresso nas apurações, Navarro chegou a escrever uma carta ao presidente Lula (PT) em dezembro, onde fez críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, além de compartilhar seu sofrimento desde a perda do filho.

No texto, ele descreveu os sentimentos que o acompanhavam: “Angústia, humilhação e raiva é o que me resta agora. Hoje não tenho vida nem essência; sou um fantasma”. Ele também alegou que integrantes da Polícia Militar e membros do governo pareciam mais interessados em espalhar inverdades sobre o caso do que em responsabilizar os culpados pela morte de seu filho.

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  • Data: 06/01/2025 09:01
  • Alterado:06/01/2025 21:01
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