Polícia Federal investiga corrupção entre policiais e artistas do funk, em São Paulo
MC Ryan e MC Brisola teriam pago policiais civis para não serem investigados por rifas e jogos ilegais
- Data: 12/12/2024 10:12
- Alterado: 12/12/2024 10:12
- Autor: Redação
- Fonte: SBT
PF
Crédito:Polícia Federal
Na manhã desta quinta-feira (12), a Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado, composta por membros da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo, deu início à segunda fase da operação Latus Actios. Esta ação investiga policiais civis que supostamente aceitaram subornos para não investigar empresários e artistas, incluindo MCs, envolvidos em rifas ilegais que movimentam milhões.
Durante a operação, as autoridades cumpriram um mandado de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão em diversas localidades, como São Paulo, Mauá, São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes e São José dos Campos.
A investigação visa esclarecer a conexão entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e figuras do funk em casos de lavagem de dinheiro e atividades relacionadas a jogos e loterias ilegais.
No primeiro desdobramento da Latus Actios, ocorrido em março deste ano, a polícia confiscou o celular do empresário Vitor Hugo dos Santos, representante dos MCs Ryan SP e Brisola. A análise desse aparelho revelou os nomes dos policiais envolvidos em práticas corruptas.
Informações obtidas pela reportagem indicam que os três indivíduos mencionados negociaram pagamentos a agentes civis para evitar investigações sobre seus esquemas financeiros. Inicialmente, as tratativas giraram em torno de R$ 1,5 milhão, mas acabaram sendo ajustadas para cerca de R$ 50 mil.
MC Ryan expressou uma clara preocupação com a possibilidade de perder sua conta no Instagram, através da qual realiza promoções de apostas e rifas ilegais. Em mensagens trocadas com outros envolvidos, ele afirmou que preferia pagar os policiais do que correr o risco de ter sua conta excluída, pois isso poderia comprometer sua fonte de renda.
Por sua vez, Silas Rodrigues Santos, conhecido como MC Brisola e também agenciado por Vitor Hugo, fez menção a um pagamento de R$ 20 mil destinado a policiais civis em Santo André. Em mensagens interceptadas pela investigação, Brisola relatou uma suposta “jogadinha” feita pelos agentes para garantir o arquivamento de uma investigação relacionada a sorteios ilegais.
A Secretaria de Segurança Pública foi contatada para fornecer uma declaração sobre o caso, mas até o momento não houve retorno. O canal permanece aberto para futuras atualizações sobre esta reportagem.