Polícia Federal desmantela crime organizado e gera R$ 5,6 bilhões em prejuízos em 2024
Principais resultados da Polícia Federal entre 2023 e 2024 foram apresentados nesta quarta-feira (29) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues
- Data: 30/01/2025 08:01
- Alterado: 30/01/2025 08:01
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Federal
Crédito:Vitor Vasconcelos/Secom-PR
Nesta quarta-feira, 29 de janeiro, o Governo Federal divulgou um relatório abrangente sobre as atividades e conquistas da Polícia Federal (PF) durante o biênio de 2023 a 2024. Um dos principais destaques foi o expressivo aumento de 70% na descapitalização do crime organizado. Em 2023, as ações da PF resultaram em um prejuízo de R$ 3,3 bilhões para as organizações criminosas, cifra que cresceu para R$ 5,6 bilhões em 2024.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a importância desses números, que não apenas refletem o sucesso das operações, mas também o impacto positivo na diminuição da capacidade de ação das facções criminosas no Brasil. “Esses resultados são fruto de um esforço contínuo que visa não só combater o crime organizado de forma direta, mas também desmantelar as suas estruturas financeiras”, afirmou Lewandowski.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, enfatizou que a luta contra o crime organizado deve ser feita através do enfrentamento do poder econômico e da prisão de lideranças chave. Ele observou que os R$ 5,6 bilhões mencionados podem aumentar ainda mais, uma vez que muitas operações e inquéritos estão em processo de homologação e confirmação. “Atualmente, muitos bens apreendidos ainda estão sendo avaliados para determinar seu valor final e serão incluídos nos resultados futuros”, explicou Rodrigues.
Lewandowski também recordou que no ano anterior a Polícia Federal celebrou seu octogésimo aniversário e conquistou reconhecimento internacional por sua competência no combate à criminalidade organizada, incluindo a eleição do delegado Valdecy Urquiza como Secretário-Geral da Interpol. Além disso, ele ressaltou os avanços significativos nas investigações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, casos que há anos geravam sensação de impunidade na sociedade brasileira.
“A Polícia Federal se estabeleceu ao longo de oito décadas como uma força republicana profissional e altamente capacitada para enfrentar os diversos desafios da segurança pública“, comentou Lewandowski.
Em termos de integração operacional, Andrei Rodrigues destacou a expansão das bases Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado). Essas unidades, que reúnem esforços da PF, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Estaduais e Guardas Municipais em todo o Brasil, passaram de 27 bases em 2023 para 33 atualmente. Rodrigues relatou que essas bases realizaram 222 operações e retiraram R$ 388 milhões do crime organizado durante esse período.
No combate ao tráfico de drogas, houve crescimento em todos os indicadores relevantes. As apreensões de cocaína aumentaram em 2,7%, totalizando mais de 74 toneladas, enquanto a apreensão de maconha subiu em 15%, alcançando quase 480 toneladas.
Quanto ao controle de armas de fogo, Rodrigues informou que houve uma diminuição tanto no registro quanto na concessão de porte de armas como parte das políticas públicas implementadas pelo Estado brasileiro.
Além disso, a Polícia Federal registrou um aumento significativo no número de inquéritos instaurados — subindo de 44.566 em 2023 para 48.732 em 2024 — e uma elevação de 14% no número de pessoas indiciadas. “Estamos reduzindo nosso acervo de inquéritos pela maior agilidade nas investigações e mantendo uma taxa impressionante de solução dos casos”, destacou Rodrigues. A taxa média nacional entre polícias judiciárias estaduais é inferior a 15%.
O número total de prisões em flagrante também apresentou crescimento considerável, com quase 9.600 detidos no último ano e cerca de 3 mil operações policiais homologadas.
No combate aos crimes ambientais, Rodrigues apontou uma redução de 30% nas áreas desmatadas em relação ao ano anterior, totalizando aproximadamente 11.500 km². Este resultado é atribuído à criação da nova diretoria focada na Amazônia e Meio Ambiente em conjunto com ações integradas entre diversos órgãos.
Sobre o Programa Amazônia Mais Segura (AMAS), foram alocados R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para fortalecer as operações da PF. Até agora, R$ 71 milhões foram empenhados pela instituição.
A atuação nas fronteiras também foi destacada por Rodrigues, que relatou mais de 400 operações realizadas com a cooperação internacional dos países vizinhos.
Finalmente, em relação aos crimes cibernéticos, Rodrigues mencionou a assinatura recente de um acordo com Portugal para compartilhar o sistema Rapina da PF destinado ao combate à exploração sexual infantil. O diretor expressou orgulho pelo interesse demonstrado por outros países na implementação dessa ferramenta eficaz.