Pesquisa revela que 17 milhões de brasileiras já sofreram ameaça de feminicídio

Mulheres pretas são as mais afetadas, com 25% relatando ameaças, seguidas por pardas (19%) e brancas (16%)

  • Data: 25/11/2024 10:11
  • Alterado: 25/11/2024 10:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: G1
Pesquisa revela que 17 milhões de brasileiras já sofreram ameaça de feminicídio

Violência contra mulher

Crédito:Elza Fiúza - Agência Brasil

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Uma pesquisa reveladora conduzida pelo Instituto Patrícia Galvão, em alusão ao Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, trouxe à tona dados alarmantes sobre a situação de risco enfrentada por milhões de brasileiras. Segundo o levantamento, aproximadamente 17 milhões de mulheres no Brasil já vivenciaram ou ainda vivem sob ameaça de feminicídio.

O estudo, realizado em colaboração com o Instituto Consulting Brasil e com o apoio do Ministério das Mulheres, entrevistou 1.353 mulheres acima de 18 anos, entre os dias 23 e 30 de outubro. Os resultados indicam que 21% das entrevistadas já foram ameaçadas de morte por um parceiro ou ex-parceiro, sendo que 18% dessas ameaças vieram de um único parceiro e 3% de mais de um.

A análise racial revela disparidades preocupantes: mulheres pretas são as mais afetadas, com 25% relatando ameaças, seguidas por pardas (19%) e brancas (16%). Este cenário reflete um quadro grave e persistente de violência que atinge mulheres em todo o país.

A violência doméstica é exacerbada por fatores como dependência econômica do agressor e a crença na mudança comportamental do parceiro. O medo de represálias fatais também impede muitas mulheres de romperem relações abusivas, sendo citado por 59% das participantes como um motivo para permanecerem em situações perigosas.

Além disso, a pesquisa destaca a percepção generalizada entre as entrevistadas sobre a impunidade dos agressores. A maioria acredita que as medidas protetivas são ineficazes se não houver fiscalização rigorosa por parte das autoridades. Apenas uma pequena parcela das mulheres crê que os perpetradores são efetivamente punidos.

Diante desse contexto alarmante, 80% das mulheres afirmam que penas mais severas para crimes de violência doméstica poderiam prevenir feminicídios. Entretanto, a proteção preventiva às vítimas é considerada prioritária por 90% das entrevistadas.

As redes sociais emergem como ferramentas essenciais na conscientização pública sobre o feminicídio, com estratégias sugeridas como campanhas educativas e o uso de influenciadores digitais para promover igualdade de gênero.

Este estudo não apenas traz à tona a urgência em combater a violência contra a mulher no Brasil, mas também reforça a necessidade de ações concretas e coordenadas entre sociedade civil e Estado para garantir segurança e justiça para todas as mulheres.

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  • Data: 25/11/2024 10:11
  • Alterado:25/11/2024 10:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: G1









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