Paranapiacaba recebe estudos técnicos para recuperação do Pátio Ferroviário
Projetos executivos estão sendo realizados com patrocínio da MRS e apoio da Prefeitura de Santo André
- Data: 29/03/2021 12:03
- Alterado: 29/03/2021 12:03
- Autor: Redação
- Fonte: PMSA
Pátio Ferroviário de Paranapiacaba
Crédito:Leo Giantomasi
A Vila de Paranapiacaba começou a receber estudos técnicos para restauração do Pátio Ferroviário. Os projetos executivos estão sendo elaborados pela Brasil Restauro – Arquitetura e Cultura, com patrocínio da MRS e apoio da Prefeitura de Santo André.
Este plano inédito produzirá, pela primeira vez, mapas e textos detalhados para a recuperação do patrimônio material, além de uma investigação sobre o potencial para a economia criativa da região, que poderá gerar recursos para os moradores e mantenedores das riquezas da vila. A estruturação dos projetos executivos começou em fevereiro de 2021 e tem prazo estimado de seis meses para sua conclusão.
Além da preservação ferroviária, é preciso encontrar um projeto sustentável com participação do município e da comunidade. Para a MRS, esse é o ponto mais importante dos estudos em andamento. A companhia avalia que, além de desenvolver um plano para a recuperação do Pátio Ferroviário da Vila de Paranapiacaba, os projetos executivos em desenvolvimento vão indicar caminhos para uma maior integração entre poder público e comunidade para a geração de ideias que possam unir a conservação da memória a projetos de crescimento da região por meio do turismo e da cultura, por exemplo.
“A MRS tem feito muitas ações de restauro nos últimos anos. Nossa preocupação tem sido encontrar destinações adequadas para os espaços restaurados. Formas de congregar o poder públicos local, as comunidades e entidades, como a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), para a criação de projetos sustentáveis, que gerem renda e trabalho usando o patrimônio histórico recuperado. O estudo em andamento é essencial para que se encontre uma vocação para o Pátio Ferroviário. Há vários exemplos de outras cidades no mundo que foram bem sucedidas em ações assim e isso é o primeiro passo para atrair mais empresas privadas para iniciativas como essa”, explica José Roberto Lourenço, gerente geral de Relações Institucionais da MRS no estado de São Paulo.
O valor aprovado de R$ 445.570,69 é patrocinado pela MRS Logística, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Com área total de 3.452,13 metros quadrados, área construída de 465,86 metros quadrados e área urbanística de 2.986,27 metros quadrados, o Pátio Ferroviário faz parte do patrimônio histórico e ambiental da Vila Ferroviária de Paranapiacaba, tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), desde 2002; Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo), desde 1987; e pelo Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), desde 2003.
“A ação conta com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente, que tem trabalhado sistematicamente no projeto de recuperação da Vila de Paranapiacaba. A parceria com a MRS só veio a somar forças e energias para que as entregas acontecessem, já tivemos exemplos bem sucedidos com a Torre do Relógio, nas cabines de sinais e comando. Recuperar o Pátio Ferroviário e fazer o estudo de viabilidade da economia criativa vai aliar o restauro de prédios e estruturas históricas ao bem estar da comunidade, que sempre clama por aprimoramento e novas formas de tornar a vila autossustentável”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Fabio Picarelli.
Na arquitetura, os projetos executivos são os mapas e textos que detalham as ações técnicas de conservação e restauro necessárias para a recuperação de um imóvel. Por meio de visitas à vila e estudos, a equipe da Brasil Restauro vai coletar informações, preparar plantas, desenhos e cálculos que incluem ainda novos planos de paisagismo, para o entorno do Pátio Ferroviário, e uma pesquisa fotográfica das edificações, destacando elementos arquitetônicos, ornamentos, estruturas etc. Todo o projeto seguirá as normas técnicas e respeitará as características originais do local para que, no futuro, com precisão, seja feito o restauro do Pátio Ferroviário.
“A Brasil Restauro pensa na arquitetura para o bem estar das pessoas e da comunidade. A realização dos projetos executivos para o Pátio Ferroviário será o primeiro passo para que, de forma planejada, seja feita a recuperação deste espaço histórico. Com isso, a vila poderá melhorar a qualidade de vida dos moradores e visitantes, além de atrair recursos financeiros para a região”, afirma a arquiteta Fabiula Domingues, diretora da Brasil Restauro.
Riqueza histórica – A Brasil Restauro também vai realizar um estudo sobre o potencial da região para a economia criativa, conjunto de atividades econômicas que têm como matérias-primas a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos que as oferecem. O objetivo do projeto é dar aos habitantes da região a possibilidade de desenvolver atividades ligadas à história, à cultura, ao turismo, à culinária e à preservação da natureza.
Esse trabalho será realizado com o apoio da Garimpo de Soluções, empresa especializada no assunto e presente há 18 anos no mercado. Um plano estratégico de economia criativa, focado no desenvolvimento de negócios, será elaborado para Paranapiacaba, segundo as vocações da vila e as suas singularidades e potencialidades. Parte fundamental do trabalho será feita por meio de entrevistas em profundidade (técnica de pesquisa qualitativa para produzir informações mais completas e detalhadas) – com moradores da vila, especialistas em patrimônio e pesquisadores da história da região – que trarão dados como o talento para o empreendedorismo e as principais dificuldades da economia local.
Também estão planejadas palestras, a serem definidas se online ou presenciais, entre a equipe multidisciplinar do projeto – composta por arquitetos, economista, turismólogo e historiador – e a comunidade da vila. Entre os temas: os potenciais econômicos da região e o turismo cultural.
O site da Brasil Restauro (www.brasilrestauro.com.br) irá disponibilizar os relatórios dos projetos executivos, assim como o conteúdo das palestras, que terão legendas e Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Além do patrocínio da MRS Logística, os projetos executivos para o Pátio Ferroviário da Vila de Paranapiacaba têm apoio da Prefeitura de Santo André; do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo) e do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André).
Localizado na parte alta da Vila de Paranapiacaba, o núcleo urbano implantado em frente à estação ferroviária possui características arquitetônicas e urbanísticas oriundas da tradição luso-brasileira, associadas ao emprego de material e técnica construtiva adotados pelos ingleses da São Paulo Railway, que controlavam a ferrovia e construíram a vila no século XIX.
Brasil Restauro – A arquiteta Fabiula Domingues, diretora da Brasil Restauro – Arquitetura e Cultura, com 13 anos de carreira, tem dedicado sua experiência à área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Patrimônio Histórico. Já atuou em mais de 20 projetos de conservação e restauro, com destaque para o Projeto Cultural de Restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande, entregue em dezembro de 2020, na Vila de Paranapiacaba..
Fabiula Domingues possui MBA em Bens Culturais pela Fundação Getúlio Vargas- FGV; extensão universitária em Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo- USP e cursou Restauro de Arquitetura no CTTA. É graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade São Marcos.
MRS Logística – A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. Hoje, a companhia está entre as maiores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada nos anos 1990. Quase 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS. A produção da empresa é diversificada, entre as principais cargas transportadas estão: contêineres, siderúrgicos, cimento, bauxita, agrícolas, coque, carvão e minério de ferro.
Em 2020, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a empresa patrocinou a obra de restauro da Estação Ferroviária de Campo Grande na Vila de Paranapiacaba, que em 2021 será usada como centro de controle operacional das composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos.