Oscar 2021: Cerimônia histórica premia a chinesa Chloé Zhao, por “Nomadland”

Também foi marcante a vitória, nas categorias de atuação, de artistas experientes como Frances McDormand ('Nomadland') e Anthony Hopkins “Meu Pai”); veja lista de premiados

  • Data: 26/04/2021 09:04
  • Alterado: 22/08/2023 22:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Oscar 2021: Cerimônia histórica premia a chinesa Chloé Zhao, por “Nomadland”

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Foi um ano como nenhum outro e a cerimônia da 93ª edição do Oscar, realizada em Los Angeles, na noite do domingo, 25, refletiu tal ineditismo: além de evitar discursos de agradecimento por Zoom, apostando na vitalidade humana de um evento presencial, a festa tornou-se histórica ainda por celebrar a cineasta chinesa Chloé Zhao, a primeira mulher a receber quatro indicações em um mesmo ano e a vencer como diretora e, principalmente, o prêmio de melhor filme, por Nomadland.

Em seu discurso, Chloé Zhao agradeceu a todos da equipe pela aventura e lembrou que, quando era criança, costumava fazer um jogo de memorizar poemas chineses. Um deles falava que as pessoas ao nascer são boas. “Às vezes, pode parecer que não é verdade, mas eu sempre encontrei bondade nas pessoas. Dedico o prêmio para todos que têm a fé e a coragem de se manterem bons e enxergar a bondade nos outros.”

Também foi marcante a vitória, nas categorias de atuação, de artistas experientes como Frances McDormand (Nomadland) e Anthony Hopkins (Meu Pai) – não tão favoritos – e de Daniel Kaluuya (melhor ator coadjuvante por Judas e o Messias Negro), além da veterana coreana Yuh-Jung Youn, de 73 anos, que ficou com o Oscar de melhor atriz coadjuvante, por Minari, repetindo seu bom humor no discurso de agradecimento: “Como eu posso ter vencido Glenn Close?”, questionou-se ela, arrancando gargalhadas da plateia que, distribuída em mesas, fez lembrar a forma de premiação do Globo de Ouro.

Os organizadores, aliás, se esforçaram para fazer desta a mais inclusiva das edições do Oscar, como a presença da atriz Marlee Matlin para anunciar o vencedor de curta-metragem – ela, que ganhou o Oscar de melhor atriz por Filhos do Silêncio (1986), tem deficiência auditiva e há muito estava distante da grande festa do cinema.

Não foi mais curta como se esperava, mas a cerimônia começou como prometido por um dos organizadores, o cineasta Steven Soderbergh: enquanto a diretora Regina King caminhava pelos longos corredores da Union Station (o principal local da festa), letreiros surgiam na tela, com nomes dos astros que participariam da entrega. “Nossa pretensão era de que o espectador acompanhasse a cerimônia como se assistisse a um filme”, disse ele.

Para isso, ele contava ainda com o histórico dos indicados e sua relação com o cinema – assim, de cada um era revelada a lembrança de seus primeiros filmes e como se desenvolveu a paixão pela sétima arte.

E o fato de a Academia manter uma base em Londres e outra em Paris, onde se reuniram principalmente os concorrentes europeus, em pouco tempo se revelou acertada – logo no anúncio do segundo Oscar da noite, de roteiro adaptado, o ganhador foi o francês Florian Zeller (ao lado do britânico Christopher Hampton), por Meu Pai. Ele recebeu o troféu e agradeceu direto da capital francesa. Já Sacha Baron Cohen acompanhou desde a Austrália o Oscar de melhor ator coadjuvante ser anunciado para Daniel Kaluuya, por Judas e o Messias Negro.

A ausência da orquestra na Union Station, no entanto, permitiu que alguns discursos se alongassem, como o do dinamarquês Thomas Vinterberg, vencedor por Druk – Mais uma Rodada, eleito o melhor Filme Internacional. O que justificou foi a emoção de suas palavras ao se lembrar da filha adolescente, que morreu poucos dias antes do início da filmagem.

Emocionante ainda foi o discurso de Jon Batiste, um dos vencedores de melhor trilha sonora (ao lado de Trent Reznor e Atticus Ross), por Soul, a obra-prima da Pixar. “Este momento é o ponto de culminante de uma série de milagres”, disse, agradecido. “Deus nos deu apenas 12 notas. Com elas, Duke Ellington, Bach, Nina Simone criaram obras diversas, maravilhosas. Cada contribuição sempre é especial.”

O clima mais intimista permitiu que a cerimônia fosse relaxada, com os artistas verdadeiramente se divertindo. Como a revelação de Harrison Ford sobre as pesadas críticas prévias (“Não fará sucesso”) recebidas por Blade Runner. E Frances McDormand uivando como loba (pelo Oscar de filme) ou ainda Glenn Close arrancando gargalhadas ao dançar e rebolar sob o som do funk Da Butt, que Spike Lee usou em Revolução Estudantil (1988). Definitivamente, o 93º Oscar entrou para a história.

Veja a lista com os vencedores do Oscar 2021 e os indicados por categoria:

  • Melhor Filme
    Meu Pai
    Judas e o Messias Negro
    Minari
    Mank
    Vencedor: Nomadland
    Bela Vingança
    O Som do Silêncio
    Os 7 de Chicago
  • Melhor Atriz
    Viola Davis – A Voz Suprema do Blues
    Andra Day – Estados Unidos vs Billie Holiday
    Vanessa Kirby – Pieces of a Woman
    Vencedora: Frances McDormand – Nomadland 
    Carey Mulligan – Bela Vingança
  • Melhor Ator
    Riz Ahmed – O Som do Silêncio
    Chadwick Boseman – A Voz Suprema do Blues
    Vencedor: Anthony Hopkins – Meu Pai
    Gary Oldman – Mank
    Steven Yeun – Minari – Em Busca da Felicidade
  • Melhor Atriz Coadjuvante
    Maria Bakalova – Borat: A Fita de Cinema Seguinte
    Glenn Close – Era Uma Vez um Sonho
    Olivia Colman – Meu Pai
    Amanda Seyfried – Mank
    Vencedora: Yuh-Jung Youn – Minari – Em Busca da Felicidade
  • Melhor Ator Coadjuvante
    Sacha Boron Cohen – Os 7 de Chicago
    Vencedor: Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro
    Leslie Obom Jr. – Uma Noite em Miami
    Lakeith Stanfield – Judas e o Messias Negro
    Paul Raci – O Som do Silêncio
  • Melhor Direção
    Vencedora: Chloé Zhao – Nomadland

    Lee Isaac Chung – Minari – Em Busca da Felicidade
    Emerald Fennell – Bela Vingança
    David Fincher – Mank
    Thomas Vinterberg – Druk – Mais uma Rodada
  • Melhor Filme Internacional
    Vencedor: Druk – Mais uma Rodada (Dinamarca)

    Better Days (Hong Kong)
    Collective (Romênia)
    O Homem Que Vendeu a Sua Pele (Tunísia)
    Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina)
  • Melhor Roteiro Adaptado
    Borat
    Vencedor: Meu Pai
    Nomadland
    Uma Noite em Miami
    Tigre Branco
  • Melhor Roteiro Original
    Judas e o Messias Negro
    Minari – Em Busca da Felicidade
    Vencedor: Bela Vingança
    O Som do Silêncio
    Os 7 de Chicago
  • Melhor Figurino
    Emma – Alexandra Byrne 
    Mank – Trish Summerville 
    Vencedor: A Voz Suprema do Blues – Ann Roth 
    Mulan – Bina Daigeler 
    Pinóquio
  • Melhor Trilha Sonora
    Destacamento Blood – Terence Blanchard 
    Mank – Trent Reznor, Atticus Ross 
    Minari  – Em Busca da Felicidade – Emile Mosseri 
    Relatos do Mundo – James Newton Howard 
    Vencedor: Soul – Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste
  • Melhor Animação
    Vencedor: Soul

    Wolfwalkers
    Dois Irmãos
    A Caminho da Lua
    Shaun, o Carneiro: A Fazenda contra-ataca
  • Melhor Curta em live action
    Feeling Through
    The Letter Room
    The Present 
    Vencedor: Two Distant Strangers 
    White Eye
  • Melhor Curta de Animação
    Vencedor: Se Algo Acontecer… Te Amo

    Genius Loci
    Yes People
    Opera
    Toca
  • Melhor documentário
    Time
    Crip Camp: Revolução pela Inclusão
    Vencedor: Professor Polvo
    Collective
    The Mole Agent
  • Melhor Documentário em Curta-metragem
    Vencedor: Colette (Time Travel Unlimited) 

    A Concerto Is a Conversation (Breakwater Studios) 
    Do Not Split (Field of Vision) 
    Hunger Ward (MTV Documentary Films)
    A Love Song for Latasha (Netflix)
  • Melhor fotografia
    Nomadland
    Vencedor: Mank
    Relatos do Mundo
    Os 7 de Chicago
    Judas e o Messias Negro
  • Melhor cabelo e maquiagem
    Vencedor: A Voz Suprema do Blues

    Pinóquio
    Mank
    Era uma Vez um Sonho
    Emma
  • Melhor canção original
    Speak Now – Uma Noite em Miami
    Io Si (Seen) – Rosa e Momo
    Vencedor: Fight for You – Judas e o Messias Negro
    Hear my Voice – Os 7 de Chicago
    Husavik – Eurovision Song Contest
  • Melhor design de produção
    Vencedor: Mank

    Relatos do Mundo
    Tenet
    Meu Pai
    A Voz Suprema do Blues
  • Melhores efeitos especiais
    Vencedor: Tenet

    O Céu da Meia-Noite
    Love and Monsters
    Mulan
    O Grande Ivan
  • Melhor som
    Vencedor: O Som do Silêncio

    Relatos do Mundo
    Soul
    Mank
    Greyhound
  • Melhor edição
    Bela Vingança
    Meu Pai
    Nomadland
    Vencedor: O Som do Silêncio
    Os 7 de Chicago
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