Opositor de Maduro busca apoio em meio a tensões diplomáticas na América do Sul

Edmundo González Planeja Visita à Argentina em Meio a Tensão Política.

  • Data: 03/01/2025 00:01
  • Alterado: 03/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Opositor de Maduro busca apoio em meio a tensões diplomáticas na América do Sul

Edmundo González principal opositor de Nicolás Maduro

Crédito:Reprodução/X

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Com a nova posse de Nicolás Maduro se aproximando, marcada para o dia 10 de janeiro, o opositor Edmundo González, reconhecido por países como os Estados Unidos como o verdadeiro vencedor das eleições venezuelanas, programou uma viagem à Argentina. A expectativa é que a visita ocorra entre os dias 3 e 4 de janeiro, conforme informações obtidas por fontes próximas ao diplomata.

Embora outros destinos na América do Sul estejam sendo considerados para essa viagem, o Brasil não está incluído nas rotas de González. O governo Lula 3 decidiu não receber o diplomata, avaliando que as repercussões políticas de sua visita, que se limitaria a encontros com opositores, não seriam vantajosas. Essa decisão reflete uma preocupação em manter um relacionamento diplomático sem atritos com o governo brasileiro.

Em contraste, a Argentina se mostra um ambiente mais receptivo. O presidente Javier Milei tem adotado uma postura crítica em relação ao regime de Maduro, especialmente após um incidente que resultou na prisão de um militar argentino sob acusações de envolvimento com terrorismo. O Brasil se ofereceu para prestar assistência consular ao detido, enquanto Milei denunciou o incidente à Corte Penal Internacional.

Outros países que podem ser incluídos no itinerário de González são Paraguai e Uruguai. Os presidentes Santiago Peña e Luis Lacalle Pou também expressaram suas críticas ao governo venezuelano, embora Lacalle Pou esteja prestes a deixar o cargo para dar lugar a um novo governo que poderá adotar uma postura menos rigorosa em relação a Caracas.

González anunciou sua intenção de estar presente na cerimônia de posse de Maduro, onde acredita que María Corina Machado, atualmente em exílio em uma embaixada, assumirá o cargo de vice-presidente. No entanto, analistas políticos alertam que o regime pode tentar impedir sua entrada no país, temendo que sua presença incite manifestações populares reprimidas desde setembro.

Os opositores acreditam que se González tentar chegar à Venezuela por via aérea comercial, há grandes chances de que seu voo seja barrado em Caracas, similar ao que ocorreu com ex-presidentes sul-americanos em julho. Uma alternativa poderia ser a entrada terrestre pela Colômbia ou pelo Brasil, mas isso também poderia gerar tensões diplomáticas com os respectivos governos.

González viveu no exílio e é alvo de diversas acusações, incluindo conspiração e lavagem de dinheiro. Embora tenha recebido garantias do regime venezuelano sobre a retirada dessas acusações antes de deixar o país, isso não ocorreu. Atualmente, há uma recompensa oferecida por Caracas para quem ajudar a localizar seu paradeiro.

Até o momento, González tem buscado apoio na Europa e agora planeja fortalecer sua posição na América do Sul. A visita à região é considerada crucial para consolidar alianças que possam viabilizar sua liderança futura na Venezuela diante da atual crise política.

Recentemente, um membro da oposição visitou Brasília com documentos das eleições recentes, mas essa ação gerou desconforto entre setores do PT e da diplomacia brasileira. O governo Lula mantém uma postura cautelosa em relação ao reconhecimento do governo Maduro e continua pressionando por garantias para os opositores venezuelanos asilados na embaixada argentina.

A participação da embaixadora brasileira Glivânia Maria de Oliveira na posse de Maduro reforça a posição do Brasil de reconhecer Estados e não necessariamente seus líderes. Contudo, essa posição continua sendo desafiada pela intensa repressão política vivida na Venezuela e pelas consequências dessa crise nos países vizinhos.

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  • Data: 03/01/2025 12:01
  • Alterado:03/01/2025 00:01
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