Onboarding e contratação digital: como se manter humanizado mesmo com a distância física?
Fernanda Inomata - Líder de Assuntos Institucionais do Pravaler
- Data: 23/02/2021 15:02
- Alterado: 23/02/2021 15:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Fernanda Inomata
Crédito:Divulgação
O ano de 2020 se mostrou muito desafiador com todas as mudanças que trouxe. O ambiente de trabalho, talvez, tenha sido um dos mais transformados desde o início da pandemia: trabalho de casa, reuniões remotas, entrevista de emprego online. Se para quem já conhecia a equipe, o momento pediu resiliência e foco, imagina para quem mudou de emprego? Sem a presença física e olho no olho com quem entra em um novo ciclo profissional, um dos maiores desafios para quem trabalha com gestão de pessoas foi trazer acolhimento para este momento de entrada, fazendo com que o novo membro da equipe entenda e incorpore a cultura da empresa, sentindo-se parte real dela.
E acredito que sim, esse é um ponto que deve continuar no radar, já que muitas empresas anunciaram que não voltam ao modelo de trabalho 100% presencial, preferindo, agora, jornadas híbridas ou virtuais. Inevitavelmente, esse período de chegada e integração dos novos colaboradores será impactado. Como se adaptar, então?
A verdade é que esse processo começa antes mesmo da contratação. A criatividade, aliada às ferramentas digitais, torna-se ainda mais estratégica para gestão de pessoas para identificar perfis compatíveis com a cultura da empresa, já incorporando os novos valores da marca e modelo de trabalho. Uma seleção afinada e assertiva faz toda a diferença para alcançar o objetivo de uma equipe integrada, mesmo sem o contato presencial de costume.
Mas o desafio realmente mora após a contratação. Proporcionar um onboarding que faça sentido para o colaborador, mesmo que de maneira remota é fator decisivo para que esse novo profissional vista a camisa da empresa e se sinta parte de um todo – e não um número sentado na cadeira de casa. Aproveitar esse momento para integrar diversas pessoas da empresa também ajuda a humanizar e mostrar a cultura da companhia em uma perspectiva ampla. É importantíssimo proporcionar uma experiência que coloque os colaboradores em contato com o propósito da empresa, além de fazer desses momentos de apresentação das áreas uma oportunidade de voz aos novos membros para se mostrarem genuinamente aos demais colegas.
Porém, acredito que o momento de onboarding não se resume à primeira semana de trabalho. Como em toda nova experiência, é preciso levar em consideração os meses de adaptação ao novo universo que devem ser marcados por conversas constantes, a fim de entender como está o acolhimento e aculturamento desse novo colaborador.
Grupos focais e bate-papos também são estratégias que melhoram a integração. No Pravaler, iniciamos no ano passado o uso desses recursos e identificamos melhorias na avaliação da empresa. A percepção dos novos colaboradores mostrou que a estratégia acelera o entendimento e a integração, indicando que estamos no caminho certo. Também começamos a identificar as principais necessidades do nosso público por meio da abertura de espaço de diálogos e, principalmente, momentos de escuta (de verdade!). Essa talvez seja a maior lição para as empresas como um todo: ouvir é imprescindível. Além disso, inserimos os colaboradores com mais tempo de casa para serem o que chamamos de “buddies“, um colega da área desse novo colaborador, que o acompanha nesse momento de chegada, tira dúvidas e serve como um guia nesse começo cheio de informações.
Uma vez que o colaborador está integrado, as métricas de acompanhamento da sua jornada nas empresas se tornaram um aliado nessa “aproximação”. Esses indicadores ajudam a entender necessidades e desejos dos colaboradores durante a trajetória profissional e dar insights de como melhorar o clima corporativo. Dentro da experiência no Pravaler, compartilho alguns bons resultados: identificamos aumento de 125% no número de eNPS dos funcionários entre agosto e dezembro de 2020, além da continuidade da visão engajada dos funcionários com mais de 30 e 60 dias de casa. E isso não se aplica apenas para os que chegam. Em meio ao isolamento social, o ambiente plural de trabalho dos colaboradores, fortemente influenciado pelo trabalho remoto, tem gerado oportunidade das equipes de Recursos Humanos olharem mais atentamente para todos os funcionários, dos recém chegados aos veteranos.
E vocês? O que têm feito para humanizar o trabalho remoto? E o que gostaria que a empresa de vocês fizesse para melhorar o ambiente e integração do time? Se você começou a trabalhar em uma nova empresa durante a pandemia, o que fez a diferença para se sentir parte da organização?