‘O senhor tem contas no exterior?’, pergunta Gleisi a Moro
Moro responde: ‘Não sou eu o investigado por corrupção”. Deputada presidente nacional do PT indagou ministro da Justiça se ele 'já fez viagem ao exterior acompanhado do advogado Zucolotto'
- Data: 03/07/2019 10:07
- Alterado: 03/07/2019 10:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Lula Marques
A deputada Gleisi Hoffmann (PT/PR), presidente nacional do seu partido, questionou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, nesta terça, 2, sobre suas relações com o advogado trabalhista Carlos Zucolotto, a quem o doleiro Tacla Duran, denunciado na Lava Jato, atribui supostos diálogos para intermediar sua delação.
“Sua esposa teve escritório com Carlos Zucolotto? Sim ou não? O senhor ou a esposa tiveram ou têm conta no exterior? O senhor já fez viagem ao exterior acompanhado do advogado Zucolotto? Ele já fez pagamentos em favor do senhor nessas viagens?”, indagou a petista, na audiência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em que o ministro é ouvido sobre diálogos a ele atribuídos com procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato e divulgados pelo site The Intercept.
Ela foi incisiva. “Não é verdade que o senhor sempre age corretamente. Temos algumas ações judiciais que já cassaram ações suas.”
“Em relação às contas no exterior, isso é maluquice”, afirmou Moro, que disse ‘repudiar’ a pergunta sobre Zucolotto. “Não sou eu que sou investigado por corrupção”.
Gleisi é um dos parlamentares alvo da Lava Jato que compareceram à Comissão de Constituição e Justiça para questionar o ex-juiz da maior operação já deflagrada no país contra a corrupção.
A petista responde a denúncia por supostas propinas da Odebrecht, em sua campanha do governo do Paraná em 2014.
Seu marqueteiro de campanha admitiu ter ido a reuniões na empreiteira sobre o financiamento da candidatura da petista. No prédio da agência de publicidade, um entregador do doleiro usado pela construtora deixou sua foto registrada na portaria.
Gleisi nega a acusação, com veemência.
Rodrigo Tacla Duran é acusado de intermediar propinas para o MDB e para o suposto operador do PSDB, Paulo Vieira de Souza.