NASA confirma buraco de ozônio de 2023 como o 16º maior da história
Com uma dimensão comparável à da América do Norte, o buraco na camada de ozônio em 2023 está entre os 20 maiores desde 1979
- Data: 06/11/2023 16:11
- Alterado: 06/11/2023 16:11
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: NASA Earth Observatory
Crédito:Alexander Gerst/Wikimedia Commons
Cientistas da Equipe de Observação do Ozônio da NASA divulgaram na última semana que o buraco na camada de ozônio acima da Antártida chegou ao seu tamanho máximo durante 2023. Atingindo um máximo de 26 milhões de quilômetros quadrados, a feição é a 16ª maior desde a década de 80.
De acordo com Paul Newman, líder da equipe de pesquisa sobre a camada de ozônio da NASA, “é um buraco bem modesto.” O cientista atribui esta dimensão aos esforços feitos pela humanidade em reduzir a produção de certos compostos de cloro que agridem as moléculas de ozônio na alta atmosfera. Fatores naturais de circulação do ar também colaboraram para a medida.
Durante a época do ano em que a perda de ozônio é máxima, isto é, entre a primeira semana de setembro e a segunda de outubro, aproximadamente, a média da extensão do buraco na camada foi de 23,1 milhões de quilômetros quadrados — uma área comparável à da América do Norte. Ao longo deste período, o dia em que ele atingiu seu maior tamanho foi 21 de setembro, quando os 26 milhões de quilômetros quadrados foram superados.
A camada de ozônio é um elemento da atmosfera terrestre essencial para a vida no planeta. Ela atua como uma proteção contra raios ultravioleta nocivos provenientes do Sol. Com sua espessura diminuindo, a ocorrência de queimaduras e doenças como câncer de pele e catarata podem aumentar.
Desde a proibição dos CFCs — compostos de cloro usados em aerossóis e sistemas de refrigeração — pelo Protocolo de Montreal em 1987, o planeta vem conseguindo recuperar significativamente sua camada de ozônio. No ano passado, a média durante o período de maior extensão foi de 23,1 milhões de quilômetros quadrados, enquanto o dia mais crítico teve um buraco de 26,4 milhões.
A extensão do buraco de 2023 é um avanço em relação à de décadas anteriores, mas ela poderia ser ainda menor, não fossem acontecimentos recentes. Em janeiro de 2022, o vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai teve uma das mais violentas erupções de que se tem registro e o vapor d’água que foi lançado na atmosfera teve implicações na perda de ozônio na atmosfera desde então.
Newman declara que se a erupção não houvesse ocorrido, o buraco na camada de ozônio estaria ainda menor este ano. “Sabemos que ela influenciou a atmosfera sobre a Antártida, mas não podemos ainda quantificar o impacto no tamanho do buraco na camada de ozônio,” conclui.