Milei admite possível saída da Argentina do Mercosul por acordo com Trump
Presidente critica tarifa externa comum e defende liberalização comercial como motor de prosperidade.
- Data: 22/01/2025 16:01
- Alterado: 22/01/2025 16:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução
O presidente argentino, Javier Milei, indicou a possibilidade de retirar o país do Mercosul, caso essa condição seja necessária para avançar nas negociações de um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos.
Durante uma entrevista concedida à Bloomberg nesta quarta-feira (22), Milei foi questionado sobre essa alternativa e, após uma breve pausa, respondeu afirmativamente. Contudo, o mandatário acrescentou que existem mecanismos que poderiam ser utilizados dentro do Mercosul, sem a necessidade de uma saída formal do bloco.
Participando do Fórum Econômico Mundial em Davos, o presidente enfatizou seu empenho nas tratativas para estabelecer um acordo comercial com os EUA. Ele revelou que discutiu a questão com Donald Trump e sua equipe durante sua visita a Washington para a cerimônia de posse do novo presidente norte-americano.
Historicamente, o Mercosul tem se oposto a acordos comerciais individuais realizados por seus membros com países externos. Milei criticou o regime de tarifa comum do bloco e defendeu uma maior liberalização comercial.
Em uma declaração ao lado de Luis Caputo, seu ministro da Economia e arquétipo da implementação de reformas econômicas na Argentina, Milei descreveu o Mercosul como uma “prisão” que impede os países membros de explorarem todo o seu potencial exportador. Segundo ele, “o Mercosul foi concebido para fortalecer laços comerciais, mas se transformou em um entrave ao desenvolvimento”.
Milei argumentou que a tarifa externa comum elevou os custos das indústrias locais, impactando negativamente o custo de vida da população e restringindo a capacidade dos cidadãos de melhorar sua qualidade de vida por meio da competitividade. “Disfarçado sob o manto do nacionalismo, perdemos oportunidades nos últimos 20 anos. O livre-comércio é o verdadeiro motor da prosperidade”, concluiu.