Marco Nanini revê sucessos e amores em biografia

Marco Nanini revê sucessos e amores em biografia

  • Data: 30/01/2023 14:01
  • Alterado: 30/01/2023 14:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Marco Nanini revê sucessos e amores em biografia

Crédito:Reprodução

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O avesso de um bordado, mesmo oculto por detrás do pano, traz significados que ajudam a entender melhor o próprio trabalho. Foi tal raciocínio que levou a escritora e jornalista Mariana Filgueiras a titular de O Avesso do Bordado a biografia do ator Marco Nanini, lançada agora pela Companhia das Letras. Fruto de quatro anos de pesquisa, entre entrevistas e consultas a documentos, a obra tem a qualidade de não se limitar a retratar a vida profissional de um dos principais artistas brasileiros, mas também a de revelar histórias íntimas e contextualizar o ambiente onde cada fato aconteceu.

Afinal, a trajetória de Nanini se confunde com a própria história da cena brasileira desde 1965, quando ele pisou em um palco pela primeira vez. “Nanini foi formado por gênios do teatro clássico, experimentou todas as linguagens e gêneros ligados à dramaturgia”, conta ela, relatando que o ator participou de mais de 100 produções, passou pelo teatro clássico e moderno, pelo teatro político e de vanguarda e pelos musicais.

E, tal qual o avesso de um bordado, o livro traz informações pessoais e pouco conhecidas sobre o homem que, quando chega em casa, deixa para fora a persona pública – os namoros (de Marília Pêra a Wolf Maya), as grandes amizades (como Pedro Paulo Rangel e Camila Amado), uma inusitada cumplicidade (com Renato Russo) e ainda a família (seu pai Dante o inspirou na criação de Lineu, de A Grande Família, tanto na correção de caráter como no uso do cinto acima da barriga).

Há espaço também para relembrar a dependência de Mandrix, droga comum nos anos 1970 (e proibida na década seguinte) que, ao se associar ao álcool, provocava um verdadeiro transe. Nanini abandonou o sedativo quando, sob seu efeito, desmaiou enquanto dirigia, quase provocando a própria morte.

“Havia muita história que eu mesmo não lembrava mais”, diverte-se Nanini, em conversa com a reportagem. “E, ainda que muita coisa ainda cause estranhamento, sei que não tenho nada a perder.” Próximo dos 75 anos (completa em 31 de maio), Nanini construiu uma carreira cuja excelência encontra poucos exemplos na história da arte dramática brasileira. Como observou Mariângela Alves de Lima, em crítica publicada no Estadão em 2011, “ele ultrapassa em larga medida a categoria de excelência profissional implícita em ‘bons intérpretes'”.

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  • Data: 30/01/2023 02:01
  • Alterado:30/01/2023 14:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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