Manifestantes iraquianos invadem mais uma vez prédio do Parlamento em Bagdá
Invasão foi feita para protestar contra a tentativa de formação de um governo que seria liderado por seus rivais
- Data: 30/07/2022 15:07
- Alterado: 30/07/2022 15:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Seguidores de Moqtada al-Sadr, influente líder xiita, invadiram o parlamento iraquiano neste sábado, 30, pela segunda vez nesta semana, para protestar contra a tentativa de formação de um governo que seria liderado por seus rivais, em uma aliança de grupos apoiados pelo Irã.
As forças de segurança iraquianas inicialmente usaram gás lacrimogêneo e bombas sonoras para tentar repelir o protesto. O Ministério da Saúde disse que cerca de 125 pessoas ficaram feridas – 100 civis e 25 membros das forças de segurança.
Dentro do prédio, manifestantes declararam que não sairiam do local até que suas demandas fossem atendidas.
A polícia teve de recuar depois que todo o local foi tomado. Uma sessão que estava marcada para este sábado não ocorreu e parlamentares não foram vistos no prédio.
Apoiadores de Sadr são contra a candidatura ao cargo de primeiro-ministro de Mohamed Chia al Sudani, considerado próximo do ex-chefe de governo Nuri al-Maliki.
“Não queremos corruptos e não queremos tentar o que já vimos” no poder, disse o manifestante Haydar al-Lami. “Eles não nos dão nada, de 2003 até agora são os mesmos, só trouxeram preconceito” reclamou.
Na quarta-feira, 27, milhares de manifestantes sadristas invadiram ocuparam brevemente o parlamento para rejeitar a candidatura de Sudani, um ex-ministro de 52 anos e governador provincial.
Al-Sadr recorre ao uso de seu grande número de seguidores como uma tática de pressão contra seus rivais depois que seu partido não conseguiu formar um governo, apesar de ter conquistado o maior número de assentos nas eleições federais realizadas em outubro passado.
A tática não é nova. Em 2016, seus seguidores fizeram o mesmo sob a administração do primeiro-ministro Haidar al-Abadi. Dez meses após as eleições, sem um governo formado, o vácuo político é o mais longo desde que a invasão liderada pelos EUA em 2003 redefiniu a ordem política.