Manifestação no Parque do Povo pede justiça por ciclista assassinado e mais segurança
Amigos e ciclistas prestam homenagem a Vitor Medrado e cobram mais segurança na região.
- Data: 16/02/2025 13:02
- Alterado: 16/02/2025 13:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Na manhã deste domingo (16), uma significativa manifestação ocorreu no Parque do Povo, localizado no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. O ato, que reuniu dezenas de participantes, foi motivado pela trágica morte de Vitor Medrado, um ciclista de 46 anos que foi assassinado a tiros nas proximidades do parque na última quinta-feira (13).
Ciclistas e visitantes do parque se uniram em uma caminhada em homenagem a Vitor, sendo incentivados pelos organizadores a vestirem camisetas pretas como forma de luto. A psicóloga Beth Vilanova, amiga do falecido, fez um discurso pedindo justiça e expressando sua indignação com o clima de insegurança que permeia a área. “Ninguém aguenta mais essa situação. É hora de agir, pois muitos acreditam que este é um local seguro, mas a realidade nos diz o contrário”, declarou.
Segundo Beth, o impacto da morte de Vitor não pode ser ignorado. “O povo está não só triste, mas também revoltado com essa realidade”, afirmou ela.
O músico Iberê Tanus também se manifestou sobre o caso, afirmando que o assassinato de Vitor é mais um exemplo da crescente insegurança na região. Ele criticou a falta de policiamento efetivo e mencionou que a presença de viaturas policiais é apenas uma fachada sem resultado prático para a segurança dos cidadãos.
O deputado Delegado Olim (PP) compareceu ao ato e relatou que a polícia possui indícios sobre a origem dos criminosos, supostamente ligados à comunidade de Paraisópolis. Em sua fala, Olim expressou solidariedade e ressaltou a vulnerabilidade que todos enfrentam: “Isso pode acontecer com qualquer um de nós; eu mesmo estaria em risco”, disse.
Rogério Freire, um ciclista frequentador do parque, destacou o clima persistente de insegurança na área. “Temos tentado andar em grupo para aumentar nossa segurança. A situação é alarmante e nos impede até mesmo de usar celulares nas proximidades”, comentou.
No dia anterior ao ato, ciclistas prestaram uma homenagem a Vitor colocando flores no local do crime. Ele era conhecido por dar aulas de ciclismo e frequentemente pedalava na região.
O assassinato ocorreu por volta das 6h10 da quinta-feira (13), quando Vitor estava parado na calçada da rua Brigadeiro Haroldo Veloso. Imagens da cena mostram que dois homens chegaram em uma motocicleta e abordaram Vitor antes que ele pudesse reagir. Após ser baleado no pescoço, ele foi levado ao Hospital das Clínicas, mas não sobreviveu aos ferimentos.
A investigação do caso foi registrada como latrocínio no 14º DP (Pinheiros). A polícia está analisando se os autores do crime são os mesmos envolvidos em outro assalto ocorrido a cerca de três quilômetros dali, já que ambos os crimes foram realizados utilizando uma moto com placa clonada.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou estar trabalhando para estabelecer ligações entre os dois casos e intensificou o patrulhamento na região.
O corpo de Vitor foi velado na manhã da sexta-feira e segue para sepultamento em Santa Luzia (MG), sua cidade natal.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil ainda não conseguiu identificar os responsáveis pelo assassinato de Vitor. Uma operação foi realizada em Paraisópolis na tarde da quinta-feira com cães farejadores, porém sem prisões até o momento. A esposa de Vitor e duas testemunhas devem ser ouvidas nas próximas investigações, incluindo um médico que prestou socorros antes da chegada dos paramédicos.
A apuração do homicídio está sendo conduzida por equipes do 15º DP (Itaim Bibi), do 3º Cerco (Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado), além do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas).