Malala denuncia devastação da educação na Faixa de Gaza

A ativista paquistanesa fez um apelo urgente sobre os impactos do conflito em Gaza e sobre as restrições às mulheres no Afeganistão durante cúpula em Islamabad.

  • Data: 12/01/2025 12:01
  • Alterado: 12/01/2025 12:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Malala denuncia devastação da educação na Faixa de Gaza

Crédito:Reprodução / X / Malala Yousafzai

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A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, laureada com o Prêmio Nobel da Paz, fez um forte apelo neste domingo (12) durante uma cúpula em Islamabad, destacando a devastação do sistema educacional na Faixa de Gaza. A oradora abordou a situação alarmante que se agrava desde o início do conflito com o grupo terrorista Hamas, enfatizando os impactos diretos sobre as instituições de ensino.

Em sua declaração, Malala afirmou: “Os bombardeios atingiram todas as universidades e mais de 90% das escolas foram destruídas. Civis que buscavam abrigo em prédios escolares também foram atacados indiscriminadamente.” Com um tom resoluto, ela prometeu continuar denunciando as violações perpetradas por Israel em relação ao direito internacional e aos direitos humanos, ressaltando que “as crianças palestinas perderam suas vidas e seu futuro”.

Israel, por sua vez, defende que militantes do Hamas utilizam as escolas como esconderijos, colocando em risco tanto as crianças quanto as famílias que buscam segurança nelas.

Malala também se dirigiu aos líderes muçulmanos, instando-os a não legitimar o regime do Talibã no Afeganistão e a se manifestarem contra as severas restrições impostas às mulheres. Ela observou que “os talibãs não reconhecem as mulheres como seres humanos” e criticou as justificativas culturais e religiosas utilizadas para encobrir suas ações.

Em 2012, quando tinha apenas 15 anos, Malala foi alvo de um ataque brutal por parte de talibãs paquistaneses, que tentaram silenciá-la por sua defesa dos direitos à educação das meninas. Após o atentado, ela se recuperou no Reino Unido e tornou-se uma referência global na luta pela educação feminina, conquistando o Prêmio Nobel da Paz em 2014.

Durante sua apresentação, ela pediu uma mobilização dos líderes muçulmanos para que apoiem a inclusão do apartheid de gênero como um crime sob a lei internacional. “No Afeganistão, uma geração inteira de meninas está sendo privada de seu futuro”, lamentou Malala, convocando os líderes a usarem sua influência para promover mudanças significativas.

A posição do Talibã é de que respeitam os direitos das mulheres dentro da perspectiva da cultura afegã e da lei islâmica; no entanto, seus representantes não responderam aos pedidos de comentários sobre as críticas feitas pela ativista.

Desde a tomada do poder pelo Talibã em 2021, nenhum governo estrangeiro reconheceu oficialmente seu regime. Diplomatas indicam que qualquer avanço nesse sentido dependerá de melhorias nas condições relativas aos direitos das mulheres.

A cúpula em Islamabad foi organizada pela Organização para a Cooperação Islâmica e pela Liga Mundial Muçulmana, reunindo ministros e estudiosos de diversos países com maioria muçulmana. O Paquistão tem enfrentado tensões com o Talibã afegão nos últimos meses, especialmente devido a alegações de que militantes têm utilizado o território afegão para lançar ataques contra o Paquistão — uma afirmação negada pelo Talibã.

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  • Data: 12/01/2025 12:01
  • Alterado:12/01/2025 12:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS









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