Lula diz que pedido de anistia de Bolsonaro é confissão de culpa
O presidente Lula Lula criticou Bolsonaro por pedir anistia, interpretando como confissão de culpa
- Data: 20/02/2025 09:02
- Alterado: 20/02/2025 09:02
- Autor: Redação
- Fonte: Secom-PR
Na manhã desta quinta, (20), durante uma entrevista à Rádio Tupi no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou a recente defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro por anistia a indivíduos acusados de atentados contra o Estado democrático de direito. Lula interpretou tal posicionamento como uma confissão de culpa.
“Quando pessoas tentam antecipar discussões sobre anistia, estão, na verdade, fazendo acusações. O ex-presidente que clama por anistia está reconhecendo sua culpa e os crimes que cometeu”, afirmou Lula, sugerindo que Bolsonaro deveria estar se esforçando para demonstrar sua inocência ao invés de solicitar perdão.
O presidente prosseguiu com suas declarações: “Ele [Bolsonaro] deveria afirmar: ‘sou inocente e irei provar minha inocência’. No entanto, ao pedir anistia, ele está implicitamente admitindo: ‘sou culpado e tentei orquestrar um plano contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, mas não obtive sucesso'”.
Lula também reiterou a importância do devido processo legal e do direito à ampla defesa para todos os acusados, uma posição que ele defendeu desde sua prisão relacionada à operação Lava Jato em 2018. “A Justiça deve ser verdadeiramente para todos”, acrescentou.
Recentemente, a Procuradoria-Geral da República formalizou denúncias contra Jair Bolsonaro e 33 outros suspeitos envolvidos em uma suposta tentativa de golpe entre 2021 e janeiro de 2023, com o intuito de obstruir a posse de Lula após sua vitória nas urnas.
A delação do ex-assessor Mauro Cid, que foi divulgada pelo relator dos inquéritos Alexandre de Moraes na quarta-feira, forneceu substância a várias investigações relacionadas a este caso.
Mudando um pouco seu tom em uma coletiva no Palácio do Planalto um dia após as denúncias, Lula afirmou: “Não comentarei um processo em andamento na Justiça. O que posso garantir é que todos têm direito à presunção de inocência durante meu governo. Se conseguirem demonstrar que não tentaram cometer um golpe ou assassinar o presidente, o vice-presidente e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, serão considerados inocentes”.
Ele completou: “Se ao final do julgamento os juízes decidirem pela culpa, aqueles envolvidos terão que arcar com as consequências. O caso será encaminhado à Suprema Corte e terão todo o direito de se defender”.